O verdadeiro conto-de-fadas
A vida dela nunca foi um conto de fadas.
Ela não nasceu em berço de ouro, tampouco fora uma princesa
mas assim gostavam de chama-la, então assim foi.
Ela não era eu, mas eu já fui ela.
Ela queria ser uma sereia, apesar de só ter conhecido o mar aos nove anos de idade.
Eu sonhava com todo o glamour daqueles lindos, longos e mágicos vestidos,
que só as fadas-madrinhas sabiam fazer
Ela tinha o rosto da branca de neve
e sonhava com o dia que o doce beijo do príncipe encantado
a despertasse para a felicidade eterna.
Ela tinha medo das feiticeiras, das madrastas malvadas, dos gigantes...
Ela vivia num reino feliz onde todas as criaturas eram encantadas
e onde não havia nenhum fuso de fiar onde ela pudesse espetar o dedo e dormir para sempre.
Para ela, tudo estava perfeito.
Até que um dia ela cresceu... e todo esse faz de conta tornou-se pó, diante de seus olhos.
Não existiam mais sereias. Nem vestidos.
Fada-madrinha, só em estorinha de criança mesmo.
"Rosto da branca de neve?? Sonha querida... você tá mais pra gata borralheira..." Um dia ela ouviu.
A pior das mentiras foi a do príncipe encantado... ela só encontrou sapos.
O mundo é cruel quando todos os seus sonhos infantis morrem. Tudo é real demais pra suportar.
Então, ela sentiu a dor de toda essa realidade... e então ela morreu e virou EU.
Eu não acredito mais em contos de fadas.
Mas uma coisa não morreu, e jamais irá morrer.
A ESPERANÇA DA FELICIDADE ETERNA.