LIÇÕES NÃO APRENDIDAS

 

Com a Pandemia de Covid milhões de pessoas tiveram, durante um bom tempo, uma vida quase reclusa, mas não uma vida tranquila.

 

Apesar de tudo que foi vivido, com cuidados e receios normais para o período, também pôde ser percebido que a agitação, sem uma contrapartida de alegria verdadeira, de afeto, de companhias que somam, não faz tanta falta assim.

 

Todos querem estar com as outras pessoas, viajar, passear, fazer algo que traga mais formação pessoal, crescimento emocional, momentos felizes, prazerosos, gratificantes, mas com tranquilidade.

 

Houve a necessidade, no período pandêmico, de viver o quotidiano aprendendo a administrar bem os sentimentos e a evitar que o estresse envolvesse a todos.

 

Ser mais pacientes, agradecer a vida, dar mais atenção à própria saúde, ter mais tempo disponível para ocupar com o que trazia bem estar e menos euforia era quase uma regra intuitiva.

 

Todo o mundo parecia querer uma melhor conexão interpessoal de qualidade; muitos gestos e ações delineavam um futuro com pessoas menos individualistas, mais conscientes da própria finitude, o que poderia gerar um olhar mais solidário, até afetivo com o outro.

 

Melancólico equívoco! As dores tornaram-se apenas alheias e, ainda com resquícios da Pandemia, retornam a frieza, a ganância, a guerra, a indiferença, os governos que não enxergam a dor, o sofrimento, as carências dos que cruzam fronteiras – sem destino certo – fugindo da morte, com a esperança ancorada, apenas, na sorte.

Tantas lições não aprendidas!

 

 

Dalva da Trindade S Oliveira

(Dalva Trindade)

26.10.2022

 

 

* Foto - A BBC News Brasil em Londres pergunta, em 24.10.22,  o que significa para o nosso País a nova onda de Covid na Europa.