Um Pouco de Vanitas, Algumas Palavras & Muito do "Velho Will"

Em um universo cheio de vaidades, egocentrismo, pseudo-intelectualidades e tantas "verdades absolutas" vomitadas dioturnamente nas rodinhas de conversa, nas reuniões políticas, informais e religiosas; na internet (como aqui - no caso!) ou nas tais chamadas redes "sociais"...

Ser quem se é torna-se quase impossível.

Há que se enquadrar...

Ou você faz parte ou você é.

Não há meio termo.

Muitos dos pensamentos, opiniões, críticas, originalidade, da beleza (da feiúra também!) se perdem na velha tentativa de se fazer parte...

Estamos sempre às voltas e dependentes do olhar alheio.

Ora queremos ser melhores, ora mais espertos, ora mais vítimas, ora mais humildes, ora mais inteligentes... Mas sempre em busca da tal aprovação.

Por isso, deixamos nossas escuridões bem longe dos holofotes...

Tentamos convencer os outros (e muito mais a nós mesmos!) de que somos bons... Seja lá o que "bom" queira dizer, afinal - no discurso, todos nos arrogamos ser gente boa, mas - ironicamente - o mundo está, mais do que nunca, cada vez mais dependente de fármacos, drogas, pets e toda sorte de misticismos e crenças...

É só olharmos os filtros fotográficos, os sorrisos "burros e paranóicos" - para não percebermos a tal velocidade terrível da queda! - (Obrigado, Lobão! - rsrsrs)

Num misto de circo e manicômio, tentamos convencer os outros de que somos melhores, de que somos inteligentes e principalmente de que somos únicos e originais...

Sem percebermos que - nessa incessante busca pela diferença - acabamos todos fazendo as mesmíssimas coisas, tudo em nome dessa tal aceitação e da necessidade de nos provarmos úteis...

Ora, a solidão... Aquela que alguns hoje insistem em chamar de solitude, sempre foi a causa da ruina e da extinção de muitos!

Paradoxal e ironicamente, tais indivíduos acabaram se tornando mártires, mitos e veneráveis; não pelo que eram na verdade ou em si mesmos (humanos... demasiadamente humanos!), mas pela projeção caricata daquilo que, nas nossas mentes doentias, dopadas e pra lá de limitadas, imaginam ser a perfeição...

Longe, muito longe de sabermos alguma coisa, passamos a vida sem saber também quem somos, porque viemos e para onde vamos.

Resta-nos, pois, apenas as fantasia, a imaginação e os nossos delírios para tentar convencer o mundo - muito mais de que a nós mesmos - que fazemos parte de algo maior e que dê algum sentido à nossa - brevíssima, fulgaz, inócua e desprovida de real razão - existência!

E como diria o jovem príncipe dinamarquês lá da peça shakespeareana famosa - e às portas do último suspiro:

"O resto é silêncio!" - 🥃

Maiêutico Com Cicuta
Enviado por Maiêutico Com Cicuta em 12/11/2022
Código do texto: T7648426
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