SURPRESAS NA MONTAGEM DA ÁRVORE

A chegada da pandemia do coronavírus, lá no início de 2020, forçou-me a deixar de praticar minhas corridas dominicais no Parque da Independência, pelas restrições legais impostas à toda a população.

O medo do momento fez com que deixasse a prática de atividade esportiva em local aberto, por alguns meses, mas depois de algum tempo, resolvi retomar minha rotina, utilizando um bairro próximo, num local apropriado e de pouco movimento.

Desprovido e relógio e celular, por segurança, passei a correr ao redor de um quarteirão onde se localiza uma fábrica de papelão e um depósito, num percurso de 700 metros, o que forçava a contar o tempo de corrida em voltas dadas que no meu caso, seriam catorze e mais um pouquinho, que dariam próximo a 10 quilômetros de corrida.

Nessas contagens, sempre que chegava à nona volta, a expressão sempre levava a lembrar de minha querida avó, de origem italiana, a quem chamávamos de nona, ou avó em italiano, assim como os netos chamavam de nono, o avô, e eram os pais de minha mãe.

As lembranças dela, sempre me remetia à infância, e como ela morava em um sitio, próximo à minha cidade, apenas vez ou outra, íamos visita-las, e lembro de momentos agradáveis vividos alí, de liberdade, de comida gostosa e a imagem mais marcante que guardo dela, era sempre usando um avental, parece que sempre preocupada em preparar comida para a família e as visitas.

Neste ano, numa dessas minhas corridas, passando pela nona volta no quarteirão, me dei conta que pouco sabia de minhas origens, e meus conhecimentos sequer passavam dos nomes de meus avós, tanto paternos como maternos.

Minha ignorância era tanto, que sequer tinha certeza do nome de minha nona, e achei que tinha passado da hora de vasculhar onde fosse possível, para montar minha árvore genealógica, mas ainda que cético em que pudesse chegar longe.

Após comentar com um colega de trabalho, recebi a dica de acessar um determinado site (www.familysearch.org), e talvez isto pudesse ajudar.

Do lado paterno, procurei a ajuda dos irmãos e primos, mas a coisa não andou e tive que me virar sozinho, buscando informação em Cartório, e consegui identificar os nomes e nacionalidades dos bisavós, cujos dados foram alimentados no tal site.

E aí tive a primeira surpresa: a atualização de dados, informava algo extremamente curioso, de que os sobrenomes de meu avô e de meu bisavô paterno, não era Zaine, como o meu, mas Zani.

Considerando que na família temos um tio com sobrenome Zani, e os primos também, e que sempre achamos que teria havido um erro do Cartório, e o nosso era o correto, e isto começou a me intrigar.

Em algum momento, achei estranho que o próprio site, havia alterado o sobrenome de meu avô, de Zaine para Zani, e ainda, trazia os nomes de meus bisavós, ele também com a assinatura igual ao de meu avô, e eu lá, numa surpresa sem tamanho.

Continuei a vasculhar, e alguns documentos que o tal site começou a mostrar, bem antigos, como a certidão de casamento de meus avós, na igreja, deixava claro os sobrenomes de meu avô e bisavô, como Zani, e achei que não havia mais dúvida sobre a grafia correta de meu sobrenome.

Do lado materno, nova surpresa, após obter uma cópia da Certidão de Casamento de meus avós, uma relíquia, e utilizar os dados para alimentar o tal site que vinha usando para montar minha árvore genealógica.

Então, num determinado domingo pela manhã, abri o site, e tive a segunda surpresa, neste meu projeto, de ver que o sobrenome de minha mãe, de Campanelli, também não correspondia como o verdadeiro e correto.

O sobrenome que variava, de parente para parente, como Campanelli ou Campanella, na verdade havia se originado de Campaniello, este sim, o correto.

O incrível disto tudo, é que o site, havia atualizado a árvore materna, mostrando os nomes de meus bisavós, trisavós, tataravós, e até um grau de parentesco denominado pentavós, que desconhecia, estes nascidos lá no longínquo ano de 1728, na Itália, todos com o sobrenome Campaniello.

Apesar de toda surpresa, com a grafia correta dos sobrenomes de minha família, foi extremamente satisfatório encontrar os registros e concluir que meu sangue carrega ¾ de origem italiana e apenas ¼ de espanhol, o que deve justificar eu ser palmeirense roxo, ou melhor, verde e branco.

...

Segue a vida...!

Novembro de 2022

ZAINE JOSÉ
Enviado por ZAINE JOSÉ em 20/11/2022
Reeditado em 19/08/2023
Código do texto: T7654341
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