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"DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA"!... FAMÍLIA!? EU QUERO A MINHA [FAMÍLIA] DE VOLTA

 

   “Oh! quão bom e quão suave

      é que os irmãos vivam em união”

                                      (Salmos 133:1)

 

 

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Deus, Pátria, Família!

E eis o que tanto se ouve... em todos os cantos do Brasil

Deus, Pátria, Família!

Mas, d’onde, pois, veio “isto”?

Somente ecos d’um slogan fascista?

Ou, quem sabe, “plágio” da “Trilogia de Salazar” nascido d’um lema

... de certo Movimento Português do início do século XX?

 

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Ou, talvez, tirado das “gavetas” da “Ação Integralista Brasileira”

(também do século passado) no que foi “batizado” como

... “Fascismo Brasileiro”?

 

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“Deus, Pátria, Família”!

E vede que de tempos em tempos tal lema se ressuscita n’algum lugar do mundo

A se fazer, portanto, sempre presente

Ainda que trocada seja a ordem das palavras

Ou ainda c’outras palavras, porém tendo o mesmo sentido

Conforme já foi visto:

* “Travail, Familie, Patrie”: slogan do famoso "França de Vichy";

* “Deus, Pátria, Autoridade”: um documentário feito pelo cineasta português

 Rui Simões, mostrando a pratos limpos o regime fascista de Antônio de Oliveira

Salazar;

* “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”: movimento brasileiro que antecedeu

o Golpe Militar de 1964 contra a tão temida “ameaça comunista”

(semelhante aos atuais tempos [aqui])

 

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Deus, Pátria, Família!

Família???

Ond’está agora... a minha?

Deus, Pátria, Família?

Pura hipocrisia a vir de tal discurso fascista

(com sua alma repleta de ódio e preconceitos)

O “Mito” destruiu... a minha família

É o qu'eu quero [aqui] dizer

E transformou muitos em "zumbis"

 

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Não conheço mais meus irmãos, muitos primos...

E alguns amigos (que para mim é também minha família)

Não sei mais quem eles são, realmente não sei!

Estão dentro dos mesmos “corpos”

Mas não são as almas que [antes] neles habitavam

 

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Deus, Pátria, Família”!

Será que não tiraram deles (de forma sutil) seus cérebros

... ao que lhes fizeram uma espécie de... “lobotomia”?

 

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E, assim observo-vos, um por um

E tiro a conclusão que nem sei se eles estão de fato neste planeta

(Como dizia Cristo... "em espírito e verdade")

Pela mentalidade que agora têm a que mais parecem uns androides

Destes que entorpecidos e alucinados se encontram por causa de um maldito nome

Deste que tanto eles cegamente o idolatram

 

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E com ele em tudo concordam e em nada discordam

Na verdade, discordam mesmo de medidas sanitárias

... que seriam para o bem deles mesmos e de todos,

... (contra às quais o “mito” foi um grande exemplo de “negacionismo”)

E por quê?

Simplesmente porque ele - o “mito” - disse que não valiam nada

(Colocando "merda" em suas cabeças!)

 

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Devolva seus cérebros que deles roubou, ó maldito ladrão

Devolva-lhes seus corações, suas almas, suas mentes...

Que neste momento não têm (ou se têm não usam)

Tu que agora os deixou tolos ou dementes

 

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E nest’hora alguém diz qu’estou revoltado!

Onde eu confirmo qu’estou mesmo

E não seria para tal?

Ah! Agora eu sei por conta própria a tristeza d’alguém quando perde um

... irmão ou um filho para um traficante de drogas

Ou para um inescrupuloso líder d’alguma seita religiosa

Ou d’alguma maldita igreja (dessas que tanto exploram seus fiéis)

Tome para si o cérebro d’alguém e terá tudo dele!

 

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E como é a mente d’um fanático ou escravo de sua droga?

Ele só pensa (o tempo todo) na "droga” que ele em tal grau ama

Seja-a literalmente droga, ou o “nome” de quem ele o idolatra

E ai d’àquele que o contradizer!

 

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Isso mesmo: ai d’àquele que não pensa como ele

Que não compartilha de suas ideias ou de seus argumentos

E sempre lembrando que tal individuo não é individual (nunca)

Ele é [sempre] “grupal”, porque carrega co’ele uma “mentalidade de rebanho”

Ele agora pertence... à “turma”, à “gangue ideológica-política”

E ele neste instante está dentro da "procissão"

Vivendo como um oligofrênico

 

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Em outras palavras: ele não pensa por si mesmo

Ou melhor: “ele não pensa”

No que seu discurso é somente um:

Ódio ao PT, à Globo, aos chamados "comunistas", à "esquerda", ao STF"...

(mesmo sem saber nada do que diz, a apenas repetir o que sua "turma" diz)

 

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Na verdade, ele parou de pensar a partir do exato momento que

... incorporou sua entidade mental no “terreiro de seu maldito ídolo”

E sua constituição física-mental é desta forma:

O “gabinete de seu computador” é o mesmo,

... mas foi trocado o seu “sistema operacional” (o software)

E deve obedecer a uma única regra:

“É proibido pensar”

Tipo d’àquelas “igrejas-seitas” que te obrigam a deixar o cérebro

... no guarda-volumes!

 

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“Deus, Pátria, Família”!

Quantas famílias estão hoje dispersas, pelo que se dividiram [entre seus membros]!

E até se odeiam [entr’eles]

Eu, particularmente, não consigo odiar meus irmãos e amigos que se perderam

Eu tenho é pena deles, e não sentimento de ódio

Mas tenho muito ódio do veneno que colocaram em suas cabeças!

E o qu’eu digo a estas pobres vítimas?

“Cuidado com quem vocês estão apoiando neste escuro tempo

Já ouvirão falar dos chamados “lobos em pele de cordeiro”?

Não seria [ele] um?

Sim, destes que falam aos quatro ventos “Deus, Pátria, Família”?

Ele certamente está "usando" vocês

E vocês acham que não?

Esperem, então, para ver!

 

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   Convido o (a) leitor (a) a meditar nas palavras de um sociólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, o Dr. Wesley Espinosa Santana a respeito do que está acontecendo atualmente no Brasil:

   “Temos uma situação muito parecida: o Bolsonaro dizendo que é o dono do verde-amarelo, que quem é adepto dele é Brasil e quem é contra não é Brasil. Isso é integralismo puro, psicológico e simbólico. O discurso é: 'Ou você está ao meu lado ou é contra a pátria'. O fascio italiano e a AIB previam isso, em meio à tríade "Deus, pátria, família"

 

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“Deus, Pátria, Família”!

Puro discurso fascista, e mais nada

Tristes dos que nele creem

E quanto a mim o que mais digo?

Eu só quero minha família... de volta (incluindo meus amigos

... que também, conforme antes disse, os considero minha família)

Quero voltar a me reunir com todos [eles]

E desfrutar aqueles antigos e saborosos momentos de descontração

Como também quero que haja paz nas “redes sociais”

Sem ninguém deixando de seguir alguém (ou “bloqueando” alguém)

“Oh! Como é bom e agradável quando os irmãos convivem em união!

(Salmo 133:1)

 

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“Deus, Pátria, Família”!

Um lema usado por Benito Mussolini no período fascista da Itália

Enxergue isto, meu amigo (minha amiga)

Os seus frutos não são doces

Pode acreditar

Nunca deu certo em lugar nenhum

Nem aqui dará

Ah! Pode acreditar

 

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06/12/2022

 

   Anexo aqui um artigo da BBC NEWS BRASIL, datado em 4 de novembro de 2022, e fornecido por Felipe Souza - @felipe_dess (da Da BBC News Brasil em São Paulo), o qual apresentou alguns exemplos do que a "polarização política" atual fez em muitas famílias brasileiras. A devida matéria teve como título FAMÍLIAS ROMPIDAS PELAS ELEIÇÕES: 'VOCÊ NÃO É MAIS BEM-VINDO', DIZ MÃE DE JOVEM":

 

Um dia após a vitória de Lula nas eleições presidenciais de 2022, Gustavo*, um jovem que trabalha com a família, conta ter sido ignorado pelos irmãos, desprezado pelo pai e xingado pela própria mãe por ter votado no petista. Em entrevista à BBC News Brasil, ele conta, sob a condição de anonimato, que se sente humilhado e planeja pedir demissão.

"Comemorei a vitória com todas as minhas forças. Eu trabalho com meus pais, mas moro sozinho. No dia seguinte, quando cheguei na empresa para trabalhar, meu pai - bolsonarista - me cumprimentou normalmente e fez zero comentários sobre o pleito. Por mim, tudo bem. Minha mãe, por outro lado, tão logo sentou em sua mesa, passou a me atacar. Disse que, se eu voto em ladrão e corrupto, não sou mais bem-vindo na empresa da família", conta ele à reportagem.

Gustavo disse ter ficado muito abalado pelas frases ditas pela mãe dele, mas a que mais incomodou foi a mãe dizer que "eu preciso dela mais do que ela precisa de mim, então devo calar a boca". A maneira como ela reagiu e olhou para o próprio filho foi o que mais o abalou.

"Foi um choque ver que minha mãe não estava me vendo como filho, mas como inimigo político. Ela foi cruel nas palavras. Ela pegou em pontos pesados. Ela falou com raiva. Ela falou com cólera no olhar", lembra ele.

A eleição mais acirrada e polarizada da história da democracia brasileira dividiu o país, distanciou amigos e rompeu laços afetivos. A BBC News Brasil conversou com pessoas que disseram ter brigado com familiares por conta das eleições deste ano. Todos os depoimentos foram enviados por meio de um formulário, que recebeu mais de 50 relatos.

Ele conta que sempre houve divergências políticas na família dele. No entanto, desde o início da campanha, as discussões se tornaram mais ríspidas por conta principalmente do volume de mensagens que eles passaram a receber por meio do WhatsApp. Ele relata que pesquisava na internet e, juntos, eles identificavam as notícias falsas.

"Ela recebia mensagens dizendo que o filho do Lula tem uma Ferrari de ouro. Ela acredita que o Brasil vai virar comunista. Que a gente vai comer cachorro, que vamos fechar as igrejas e vão atear fogo nos padres. Mas, a partir da metade da campanha, eu acho que começaram a intensificar os disparos de maneira perversa. E chegou o momento em que meus pais não me perguntavam mais se aquilo era verdade ou não. Eles aceitavam aquilo como verdade", relata.

Com o passar do tempo, Gustavo relata que as discussões sobre política no trabalho se intensificaram e ficaram cada vez mais acaloradas.

Gustavo não está apenas com vontade de deixar a empresa da família, mas chegou a pensar também em processá-los por assédio moral.

Gustavo conta que o pai e o primo nunca o destrataram por suas opções políticas e que as reações vêm da mãe. "Eu só quero sumir daqui. Todo esse ódio, essa cólera desmedida, está me fazendo muito mal. Estou segurando meu choro há duas horas já. Não darei esse gostinho para minha mãe e seus devaneios fascistóides", diz Gustavo à reportagem."Ela falou que eu sou um filhinho de papai que trabalha na empresa dos pais e que eu deveria me mudar para o Nordeste porque lá só tem vagabundo e petista", relata.

Ao ser questionado sobre uma bandeira branca e um sinal de paz e reconciliação com a mãe, Gustavo diz que vai esperar até o início da próxima semana para saber como será o futuro da relação entre eles.

"Eu sou rancoroso, mas eu consigo ver uma possibilidade de reaproximação. Se ela tiver a maturidade de vir pedir desculpas, eu talvez releve o ser perverso que ela revelou ser. Mas o mais provável de acontecer é que eu já estou procurando outro emprego para sair de lá o quanto antes", afirma.

 

'Refém em casa'

Pedro, que mora em Brasília, disse que é o único na casa dele que não votou em Bolsonaro nestas eleições. E que tem pouco espaço para discutir política no mesmo ambiente onde mora com os pais e a irmã.

"Quando expliquei que talvez o Bolsonaro tenha perdido apoio por causa da maneira como ele lidou com a pandemia, a minha irmã começou a chorar e falar que 'agora não importa mais esse tanto de morte já que o aborto vai ser legalizado'. Desde então, fiquei de boca fechada para tudo o que eles falavam", relembra, dizendo-se triste por não conseguir impedir que os familiares dele acreditem em notícias falsas.

Ele acreditava que a relação com os familiares melhoraria após o resultado das eleições.

"Com a vitória do Lula, agora o papo é outro. De eleições roubadas a intervenção federal. Não sinto que adianta eu explicar para eles que isso é inconstitucional porque ouço como resposta que 'é obrigação das Forças Armadas proteger o país'. Não aguento mais isso, me sinto um refém na minha própria casa", relata.

 

Ódio despejado aos gritos

Moradora de Curitiba, no Paraná, Clarice disse que assistiu à apuração do segundo turno das eleições ao lado da mãe e do filho. Segundo ela, o clima passivo-agressivo tomou conta do ambiente durante boa parte do tempo.

A mãe dela, bolsonarista, fazia constantes críticas ao voto da filha em Lula. Mas, quando o pleito foi definido e Lula foi declarado presidente eleito, o clima mudou de maneira drástica.

O ódio foi despejado aos gritos. Minha mãe me chamou de comunista, me agrediu verbalmente e não conseguiu manter o verniz religioso que sustenta a imagem bolsonarista. Ela não se importou nem em ser avó, destilando maldade na frente do meu filho. Usou até meu pai, morto durante a pandemia e enterrado nu em um saco plástico, para me entristecer, afirmando que ele não me aceitaria", conta ela à BBC News Brasil.

Clarice relata que a mãe dela, com os dentes cerrados, disse que o país se tornará como a Venezuela, o que a deixou extremamente triste.

"Parece que tudo aquilo que estava compactado ali há anos veio à tona. Então foi uma hecatombe. Jamais fui petista e lulista. Apenas me posicionei contra a política de Bolsonaro. Enfim, venceu a democracia nas urnas, mas perdeu muito a humanidade nos últimos quatro anos, destruindo as famílias até o último voto apurado", diz.

Em seu ponto de vista, a mistura entre religião e política prejudicou ainda mais o debate em casa, pois a mãe é religiosa e deslegitima todos os seus argumentos por não frequentar a igreja.

Para Clarice, o clima ruim entre ela e a mãe deve perdurar "por um bom tempo". A solução para ela, pelo menos por enquanto, será o distanciamento.

"Infelizmente, estou me afastando da minha mãe para curar minha saúde emocional e a do meu filho. Penso em me mudar nas próximas semanas. Espero que em algum momento, no futuro, isso possa ser diferente."

*O nomes usados nesta reportagem são fictícios para preservar os entrevistados

- Este texto foi publicado em https://www.bbc.com/portuguese/brasil-63509500

 

 

 

IMAGENS: INTERNET

 

MÚSICA: ORAÇÃO PELA FAMÍLIA - PADRE ZEZINHO

https://www.youtube.com/watch?v=mr1qPTxi0k0

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 06/12/2022
Reeditado em 07/12/2022
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