BANCOS

Os salões eram imponentes e o mobiliário austero emprestava ao ambiente a seriedade necessária ao desenrolar das atividades. Tratavam-se de transações monetárias, geralmente, à meia voz em tom quase coloquial.

Negócios entre os que possuíam o dinheiro, por vezes fortunas, e os agentes financeiros encarregados dos empréstimos, das transferências bancárias, dos investimentos em ações das Sociedades Anônimas, debêntures, letras de câmbio, hipotecas, compra e venda de moeda estrangeira, títulos da dívida pública, recolhimento de impostos, cautelas de penhores, depósitos em juízo, cadernetas de poupança, alugueis de cofres para guarda de joias de famílias, pedras ou barras de metais preciosos e as comuns contas correntes.

O detalhe interessante é que, essas contas correntes, remuneravam os correntistas com juros calculados pelos saldos médios de determinado período de tempo.

Uso de paletó, camisa de manga longa e gravata era obrigatório aos homens e vestidos “comportados” para todas, principalmente para as raras mulheres que ocupavam as funções de atendimento ao público postadas atrás de balcão, geralmente colocado em posição próxima às caixas.

Esses atendentes recebiam e encaminhavam aos escriturários encarregados dos assuntos a que os documentos se referiam e entregavam aos clientes o medalhão de metal com o número que seria chamado para, ou ser atendido pelo operador da caixa, na mesa do funcionário responsável pela transação ou devolução dos documentos pelo próprio atendente.

As transações de Débito ou Crédito eram registradas na ficha do cliente e também, com caligrafia perfeita, na caderneta que ficava em poder do correntista. Não haviam rasuras. Os possíveis, mas nunca tolerados, erros eram devidamente corrigidos pelo estorno do lançamento e pelos reiterados pedidos de desculpas, escrito e assinado pelo faltoso com o ciente do gerente da agência.

Ser bancário era sinal de status elevado na sociedade, ser banqueiro era ser quase divino.

Mas felizmente o tempo passou o e progresso nos proporciona as oportunidades de autoatendimento com código de barras ou QRCode nos terminais das agências, nos bancos exclusivamente digitais, pelo telefone celular, tudo isso com velocidade próxima à da luz e sem as filas nem caras mal-humoradas.

Para tanto basta prestar atenção e digitar as teclas adequadas.