A triste apatia das consciências

A função básica do Poder Judiciário é garantir os direitos individuais e resolver conflitos entre cidadãos.

Ele é um sistema que é operacionalizado pelos juízes, que possuem a capacidade e a prerrogativa de julgar, de acordo com as regras constitucionais e leis vigentes.

No momento em que aplaudimos atitudes ilegais de ministros do STF e concedemos a honra de Presidente da República ao maior criminoso da História de nosso país, nós Povo, deixamos claro que não reconhecemos a utilidade das leis e sua importância para a harmonia da Sociedade.

Quando digo “maior criminoso”, não me refiro a triplex ou sítio, me refiro ao prejuízo moral, social e econômico que ele causou a toda a população do Brasil.

Alienados que somos, nunca vamos pensar na possibilidade que muitos de nossos servidores públicos podem estar vendidos a interesses estrangeiros.

Afinal para nós o que realmente importa é a cerveja e o tira gosto do final de semana.

Por que pensar se é mais apetecível beber e comer?

Alienados que somos, nunca vamos ter a noção de que nossos atos de hoje terão consequências futuras. Somos incapazes de “enxergar um palmo a frente do nariz”.

Em virtude de nossa clara indiferença quanto a proteção que só o Império do Direito pode nos proporcionar, doravante a punição de crimes poderá se tornar apenas uma questão de decisão pessoal dos juízes. Eles não serão mais representantes do Poder Judiciário como um todo e, de forma condescendente, agirão de acordo com suas convicções. Poderão fazer cumprir a Lei, se sua consciência assim o determinar ou atender interesses escusos próprios ou de terceiros, se lhes for conveniente, com a segurança de que não serão cobrados e muito menos punidos, porque todo o sistema está evidentemente podre, situação essa que tem o aval do Povo.

Um Poder Judiciário podre é reflexo de consciências apodrecidas.

Na nossa infinita pré disposição para o atraso moral e intelectual, quando nos foi colocada a situação em que deveríamos escolher entre manter a condenação de um sentenciado pela Justiça, um único indivíduo entre mais de 200 milhões, e condenar estes, escolhemos a segunda opção.

Somos 210 milhões reféns de um indivíduo e seus asseclas.

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Nos anulamos como Povo e mostramos definitivamente nossa verdadeira vocação, um aglomerado de pessoas que em mais 500 anos não conseguiu definir seu rumo como nação e que sequer foi capaz de se tornar uma nação.

Argonio de Alexandria
Enviado por Argonio de Alexandria em 15/12/2022
Reeditado em 16/12/2022
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