Uma geração que vai embora

Era os anos 50, 60, 70 uma época de ouro.

O início da coca-cola, do cinema, do teatro, da rádio telenovela, da cultura, da bossa nova, da jovem guarda e da política do café com leite.

Não tenha dúvida que foram os melhores anos vividos por essa geração.

Somos uma geração que vai embora!

Já cumprimos o nosso papel.

Estamos deixando um grande legado wodstock, movimento feminista, guerra no Vietnã, movimentos sindicais, a moda hippie e a crise do café.

Se foi bom ou não marcou época!

Quem sabe talvez pudéssemos ter feito tudo diferente!

Esta foi uma geração que ia à escola todos os dias a pé e voltava a pé.

Não tinha ônibus escolar, trem ou metrô.

Uma geração que fazia a lição de casa sozinha, pois seus pais não estudaram e nem sabiam ensinar as tarefas escolares.

Uma geração que muitas vezes estudava a luz de lamparina, lampião ou velas para sair o mais rápido possível para brincar na rua a noite.

E que volta e meia tomava umas cintadas do pai porque não decorava a tabuada.

Uma geração que tomava reguada da professora em sala de aula porque cutucava a menina da frente.

E não era bullying!

Uma geração que até o diretor corria atrás do aluno para que assistisse as aulas.

Uma geração que cantava o Hino Nacional todos os dias antes de adentrar as salas de aulas.

Uma geração que passou todo o seu tempo livre na rua.

Para brincar, caçar, pescar, nadar e jogar bola.

Uma geração que brincava de esconde-esconde quando escurecia.

Uma geração que fez bolos de lama.

Uma geração que tomava chuva sem medo de pegar gripe ou resfriado.

Uma geração que tinha medo de tomar vacina e ir no dentista.

Uma geração que colecionava bolinhas de gude.

Uma geração que adorava pirulitos, ping-pong e bala de hortelã.

Uma geração que fez brinquedos de papel com as próprias mãos.

Pedaços de madeira virava um trator ou um carrinho.

Uma geração que colecionou fotos e álbuns de recortes.

Colecionou álbuns de figurinhas e marcas de cigarros.

Uma geração que teve pais, não idosos

e mãe não idosas que fazia de tudo para os seus filhos.

Uma geração que ria baixinho antes de dormir, para que os pais não soubessem que ainda estávamos acordados.

Tinha medo de fantasmas e cobria dos pés a cabeça.

Uma geração que viveu os encantos de uma matinê de cinema domingo a tarde.

Que aplaudia nossos heróis Tarzan, Zorro, Batman, Super Homem, Bonanza.

Uma geração que ouviu os The Beatles e The Rolling Stones.

Uma geração que viveu os Embalos de Sábado a Noite.

E se emocionou com The Carpenters, Elvis Presley, Bee Gees e ABBA.

Uma geração que não dava amassos no portão e só pegava na mão da namorada.

E sempre pedia autorização do pai da moça para namorar ou noivar.

Uma geração que não sabia política mas que viveu em meio aos anos de chumbo e a ditadura militar.

Uma geração que sempre acreditou nas doutrinas religiosas como o meio de salvação.

Infelizmente uma geração que está passando e nunca mais voltará!!!!!

Benedito José Rodrigues
Enviado por Benedito José Rodrigues em 23/12/2022
Reeditado em 24/12/2022
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