A maior lição do Rei Pelé

O bom senso diz que toda situação conflituosa tem no mínimo três versões: a minha, a sua e a verdade. Pena que sempre somos tão radicais e, quase nunca, buscamos enxergar um lado que não seja o nosso. No livro A Mente Moralista, o cientista comportamental Jonathan Haydt nos faz enxergar que a moralidade tal como entendemos é uma falácia. E, na maioria das vezes, desculpas que utilizamos para justificar nossa maneira de ser, sem preocupação com o que deveríamos ser.

E, nesse tocante, com a história de vida do Rei do Futebol, Pelé, podemos extrair uma preciosa lição: as pessoas ignoram os feitos bons e se apegam aos ruins, ainda que os bons sejam em número bem maiores. Ou melhor, preferem olhar sempre para a lama, ignorando o Sol que brilha em nossas vidas, muitas vezes uma luz refletida em nós através de pessoas extraordinárias que passam pelo nosso caminho.

Vejamos o caso do Pelé, (extraordinário não significa anjo) que ajudou inúmeras instituições, jogou o nome do Brasil no cenário internacional, foi exemplo de superação de uma vida de pobreza, teve, aliás, um relato interessante do William Bonner dizendo que uma vez ele estava num restaurante, quando entrou então o Sr. Edson Arantes do Nascimento e cumprimento não somente ele, mas todos que ali estavam, inclusive todos os funcionários. Não bastasse isso, saiu uma matéria ontem no New York Times em que os vizinhos do Pelé, moradores de Santos, disseram nunca ter sido esquecidos, sempre foram ajudados por ele. Mas o que os seus críticos colocam como base para suas críticas é o fato dele supostamente não manter contato com a filha que somente assumiu depois de um exame de DNA. Segundo a versão de Pelé, o contato não foi possível depois do marido da moça intervir e tentar inclusive fazer chantagem.

Mas imaginemos que fosse como dizem os seus críticos, e depois Imaginemos que Deus fosse como nós, julgasse por um ato. Não sobraria um para contar história no roll dos bonzinhos.