O medo que há na noite
O vazio toma conta da noite sombria
Tenho medo de dormir
Mas o sono é violento e me chuta as costelas
Parece me arrancar do colchão
Estilhaçando-me na parede quente do quarto
Fico ansioso enquanto a consciência toma a dose derradeira de veneno
A cicuta diária, intragável, amarga como fel
Tenho medo de não acordar mais
O medo se espalha pelo quarto abafado
E desce seu véu gelado
Como uma pilha de cadáveres nus caindo sobre mim
Tenho medo