Apresentação e choradeira

Apresentação e choradeira

Uma pausa nos projetos para falarmos um pouquinho do que está massacrando a mídia paulista (Band, ESPN, SPORTV) hoje: Vítor Pereira. Já me adianto em dizer que não vi a entrevista coletiva, não analisei as falas, apenas ouço a repercussão que a já mencionada trupe de jornalistas com dor-de-cotovelo de São Paulo resmunga há um mês.

Antes de mais nada, a apresentação foi marcada para dia 03 de janeiro. O Flamengo precisa se preparar para a maratona de decisões que enfrentará em pouquíssimo tempo, portanto não há mais possibilidade de perder tempo com mais esperas. A primeira nota de repúdio vem pela data. Enquanto o Flamengo apresentava seu novo treinador em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, Pelé, que morrera no dia 29/12, era enterrado em Santos. Faltou sensibilidade ao clube do Rio, segundo os paulistas, mas nenhuma instituição deixou de funcionar para acompanhar o enterro de Edson Arantes do Nascimento, a Bolsa de Valores não fechou, as indústrias não pararam, as emissoras de televisão não foram todas cobrir a despedida do corpo, o mercado financeiro não fez nenhuma pausa. Pelé, o maior jogador de futebol de todos os tempos, morreu. E a vida segue seu fluxo. O Clube de Regatas do Flamengo enviou suas condolências, lamentou a partida do octogenário jogador; mas seus compromissos profissionais não podem ficar de lado.

Um desses jornalistas bradou que o Rubro-Negro não poderia apresentar seu novo comandante, pois o futebol estava de luto. Apresentar um técnico é um momento de festa e alegria, jamais poderia ser feito no enterro do Rei do Futebol. Bem, ao que me parece, esse jornalista não conhece o Flamengo, não sabe de suas exigências e ignora o torcedor rubro-negro. Talvez a única festa feita a um técnico fosse, se muito, o retorno de Jorge Jesus à Gavea, e mesmo assim haveria quem torcesse o nariz a tamanha euforia.

Quanto à entrevista, antes de se abrir o microfone às perguntas, Luana Trindade, da FLATV, perguntou sobre a contratação do português e sobre a polêmica que envolveu sua saída do clube anterior. Vítor Pereira falou sobre as circunstâncias e logo encerrou o assunto. A assessoria do clube pediu para que não fosse feitas perguntas referentes ao antigo clube do técnico, pois a coletiva era sobre o Clube de Regatas do Flamengo. Nada mais, nada menos. Houve insistência por parte dos paulistas, mas receberam o silêncio como resposta. Fato esse que causou a revolta por parte dos clubistas vindos da terra da garoa. Queriam usar a coletiva do Flamengo para discutir Corinthians. E aqui, desculpem-me, mas não cabe outro time. Podem espernear, berrar, arrancar os cabelos, mas, no Flamengo só se fala de Flamengo.

A frustração por bater com a cara na parede do Ninho do Urubu e voltar para São Paulo com o rabinho entre as pernas fez com que os bairristas da mídia, em seus programas esportivos, fizessem pirraça como uma criança na loja de doces. O ponto é simples, Vítor Pereira preferiu o Flamengo ao final de seu contrato com o time do Parque São Jorge. Trocou o duvidoso pelo certo. Enxergou no time carioca uma possibilidade de realização que não teria no estado vizinho.

E assunto encerrado.