AO DEALBAR DE UM NOVO ANO

AO DEALBAR DE UM NOVO ANO

A cada fim de ano, costuma-se fazer a retrospectiva dos acontecimentos que mais marcaram esse período, e quer queiramos ou não, somos tomados por uma certa nostalgia e até encantamento, pelos sons natalinos (natalícios)e as luzes das montras (vitrines) e das árvores festivas de natal que enfeitam aqui e ali a cidade.

E sempre ansiamos que o novo ano que está para acontecer, seja um ano melhor do que este prestes a acabar sobretudo, desejamos a paz para nós e para esta grande aldeia global, a que chamamos mundo.

Mas, infelizmente, os factos que ensombraram nossa existência terráquea nesses últimos 365 dias, foram a predominância, que só empobrecem os seres que se dizem inteligentes e superiores. Superiores, mas em quê, podemos perguntar?

E, assim, entre tantas contradições estaremos uma vez mais a festejar e a desejar um Feliz Natal e um Novo Ano aos que nos cercam, talvez até de maneira autômata, da boca para fora, se não estivermos imbuídos da mensagem, do mistério da manjedoura de Belém.

O natal cristão acima de tudo deve ser tempo de desarmamento das consciências, no que se poderia traduzir em fraternidade universal, não só nesta época do ano, mas em todos os anos que hão de vir.

O personagem que nem sempre é o centro da festa, o Menino Jesus, quando começou anunciar o reino de seu Pai, sempre concitava à paz, ao amor. Assim, também o anúncio dos anjos vindos dos céus, aos pastores na noite de natal em Belém: “Glória a Deus nos céus e, paz aos homens na terra”.

Mas o que se vê por todo o lado é tudo menos a paz. A todo o momento temos notí-cias de assassínios, até entre irmãos, de guerras entre povos, enfim um caos de irraci-onalidade.

E, assim, passa mais um ano, passam séculos, dois milênios, e, a humanidade a par dos avanços e conquistas tecnológicos formidáveis, continua com seu espírito fechado para as coisas do alto, ou seja, para Deus, que ao fim e ao cabo quer queiramos, acre-ditemos ou não, é o nosso grande e último destino.

Não adianta brincar de sermos deuses, somos apenas humanos, sempre teremos um pé no chão e o outro pé no degrau da escada que nos aponta o céu. É a nossa condição.

De que nos adiantará os “castelos” ainda que solidamente construídos por nós pois serão apenas abrigos temporários, coisa muito efêmera. Somos breves como um vento que passa. Frágeis quais barquinhos de papel que ao sopro de uma viração mais oblíqua, logo tombarão e submergirão.

Feliz Natal, bom Ano Novo, muita saúde e muita paz para todos, são meus votos.

Eduardo de Almeida Farias

Eduardo de Almeida Farias
Enviado por Eduardo de Almeida Farias em 08/12/2007
Código do texto: T769649