CARLOS ROBERTO DE OLIVEIRA – O DINAMITE – E A SUA QUEDA DE GIGANTE INESQUECÍVEL

Caro e estimado e imorredouro ROBERTO DINAMITE, em primeiro lugar, quero pedir-te vênia e permissão para tratar-te, aqui, nesta crônica, na segunda pessoa do singular, por ser o tratamento da amizade, da intimidade, ou, mesmo, do coração, em face de tudo o que tu sempre foste e fizeste em benefício do querido e glorioso CLUBE DE REGATAS VASCO DA GAMA.

ROBERTO, tu, irrefragavelmente, como jogador de futebol, sempre foste um dos melhores do planeta e foste, em verdade, um GIGANTE que muito honrou e enobreceu os quatro clubes em que jogaste (no Vasco, no Barcelona, na Portuguesa e no Campo Grande – além da seleção brasileira em duas Copas do Mundo).

A verdade é que sempre, desde garoto, foste bom com a bola nos pés – e, por isso, com ela, eras um GIGANTE, que é um vocábulo proveniente do latim – de gigas, e, segundo o Grande Dicionário Enciclopédico Novo Brasil – ilustrado, poliglota, em alemão é grafado riesig ou riese; em espanhol, gigante; em francês, géant; em inglês, giant; e, em italiano, é dito gigante.

GIGANTE, como substantivo, conforme o dicionarista FRANCISCO FERNANDES, em seu Dicionário da Língua Portuguesa, quer significar “indivíduo de estatura extraordinária” e, figuradamente, é “aquele que se distingue por valor, talento ou outros predicados.” Como adjetivo, porém, quer dizer “gigantesco, admirável, portentoso, sublime, grandioso”, como o eras tudo isso, caro ROBERTO.

Conforme o lexicólogo ANTÔNIO HOUAISS, em seu Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, a palavra gigante, substantivadamente, na mitologia grega, significava “ser fabuloso e de imensa estatura, que, em suas lutas contra os deuses, só podia ser vencido pela ação conjugada de um deus e de um homem.”

E tudo isso, com todos os atributos acima, consoante já foi ressaltado, caro ROBERTO, tu o eras e o foste, para a alegria e gáudio dos teus entes queridos, dos teus admiradores e, maximamente, do grande CLUBE DE REGATAS VASCO DA GAMA, que te será eternamente grato pelo que sempre o fizeste.

A tua queda ou o teu passamento, como o noticiaram a imprensa falada e os jornais, ocorreu no domingo de 8 de janeiro do ano corrente (08.01.2023) – dia em que, as mais das vezes, ROBERTO, enchias de alegria os teus admiradores, pelo que fazias com a bola nos pés, e, concomitantemente, infernavas ou infernizavas os teus marcadores, ou adversários, com jogadas e gols de raras belezas.

Infelizmente, caro ROBERTO, a exemplo do inescurecível EDSON ARANTES DO NASCIMENTO – o PELÉ, foste vítima de uma doença incurável, em regra, chamada de câncer, de que poucos têm a felicidade ou o contentamento de serem curados, como o queriam, mais do que tudo, todos os teus admiradores e os teus familiares, que muito sofreram pelo que tu passaste.

A verdade incontendível é que, por tudo o que foste e fizeste com a bola nos pés, não há dúvida de que tu, ROBERTO, podias ser comparado ao grande JÚLIO CÉSAR, que, no primeiro triunvirato com Pompeu e Crasso, representava a ambição; podias ser comparado a ALEXANDRE – o Grande, filho do rei Filipe II da Macedônia, e conquistador do mundo antigo, que impunha respeito aos seus adversários, pelo que ele era; podias ser comparado ao guerreiro AQUILES – herói da Guerra de Troia – filho de Peleu e da deusa Tétis; podias ser comparado ao general cartaginês ANÍBAL BARCA – filho de Amílcar Barca, que fez o seu ilustre filho jurar ódio mortal aos romanos, dos quais, por muito tempo, infernizou a vida; podias ser comparado com SUPPILULIUMA – rei dos hititas, povo belicoso que viveu dois mil anos a. C. e invadiu o Egito; podias ser comparado com o general LEÔNIDAS, que comandou os trezentos de Esparta, no desfiladeiro das Termópilas, na guerra contra Xerxes; podias ser comparado com o rei NABUCODONOSOR II, que construiu os célebres jardins suspensos da Babilônia – uma das sete maravilhas do mundo antigo; tu podias ser comparado, em suma, com o verdadeiro HÉRCULES – o maior herói da Grécia, por teres conseguido feitos com a bola, comparados aos doze trabalhos dele (Hércules), cumpridos com mestria, por determinação do rei Euristeu, seu primo.

Quero concluir a presente crônica, ROBERTO, dizendo-te que ZEUS (que destronou seu pai Cronos e tomou o poder para si) era o maior dos deuses da mitologia grega, mas não te imortalizou, como o fez com muitos outros heróis, porém não tenhas dúvida de que tu serás imortalizado ou eternizado pela grande torcida vascaína que jamais, em tempo nenhum te esquecerá, por tudo o que fizeste, com real mestria, com a bola nos pés, desde a mais tenra idade até o momento em que deixaste de jogar, como jogador profissional. Tu, portanto, pelos teus predicados, atributos e qualidades, serás eterno.

Do sempre amigo e admirador,

Trogildo José Pereira
Enviado por Trogildo José Pereira em 18/01/2023
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