Puro prazer

Café da manhã de verdade é o do domingo. Sério. Café da manhã tomamos todos os dias, é claro. Café da Manhã durante os dias da semana, geralmente, é aquela famosa média com pão na chapa, algo típicamente paulistano. Daquele do ritual diário.

Mas o verdadeiro e definitivo café da manhã de um paulistano raiz é o do domingo. E domingo pela manhã. E posso provar.

E por que o do domingo pela manhã ? Simples. A preguicinha da manhã dominical é mais gostosa, geralmente o paulistano raiz está em processo de recuperação da noite anterior, sim porque paulistano raiz sai é de sábado a noite, e a certeza da segundona brava ainda não está tão presente nas horas matutinas.

E a unidade desses fatores traz uma prodigiosa sensação de alívio, de calmaria, que só está presente no domingo, pela manhã. E o paulistano raiz não se resente de dormir um pouco a mais no domingo. Coisa que não acontece com ele nos outros dias da semana. Dormiu a mais, atrasou. E ai atrasou tudo.

Mas e o café da manhã?

O Café da manhã de domingo do paulistano raiz é o melhor porque é o dia do divino. Do divino pastel de feira. E do santo caldo de cana. É dia de feira. E o paulistano raiz não para para ir a feira durante os outros dias da semana, porque, além dos atrasos que possam ser gerados, ir a feira é um ritual a se fazer despreocupadamente, preguiçosamente, sossegadamente. Ir a feira é encontrar os vizinhos e conhecidos do bairro. E é cumprimentar demoradamente a galera da barraca. O paulistano raiz levou um bom tempo provando pastéis e caldos de cana até encontrar a sua barraca ideal. Aquele lugar é uma extensão de seu espaço pessoal. Para o paulistano raiz, pastel e caldo de cana, no domingo, não tem preço e nem pressa. Só precisa ser bom. E, ser bom, na opinião daquele paulistano raiz. Afinal de contas, o melhor café da manhã de um paulistano raiz, é o do domingo pela manhã.

Agora, com licença que preciso dar uma chegadinha até a barraca do Mako e pedir um Especial X-tudo , enquanto Seu Antônio passa um de 900ml com limão e abacaxi. Mas de máscara, óbvio. E sem aglomerar, pois ainda não vencemos a pandemia!

Rubens Lôbo
Enviado por Rubens Lôbo em 24/01/2023
Reeditado em 24/01/2023
Código do texto: T7702837
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