Diego (um índio amazônico)

Por Nemilson Vieira de Morais (*)

"Consumo de álcool tem crescido entre os indígenas, aumentando os riscos de dependência e causando danos à saúde individual e à comunidade. [...]"

CISA.ORG.BR, acesso em 27/0123.

Hoje, 28 de janeiro 2023, ocorreu um resgate atípico de um dependente químico no projeto do Pai Marcos. Dessa vez o resgatado fora um jovem índio, oriundo de uma tribo próximo ao Paiol.

Diz o diretor que, pela primeira vez um membro de uma comunidade indígena, é resgatado, acolhido pelo Instituto Social Pai Resgatando Vidas (ISPRV) de Manaus.

De uns 30 e poucos anos, ele. Na entrevista com Marcos relatou ter sérios problemas com tabaco e alcoolismo. E que, nas abstinências e na falta da cachaça, já bebeu gasolina de automóvel.

Noutra ocasião, diz ter ficado uma semana inteira só bebendo, bebendo; sem se alimentar.

Caçava com cachorros treinados e sozinho, nas esperas (em fruteiras); até onças já matou. Macacos não mata mais: por estes uma vez baleados, imploram que não os sacrifiquem. Pondo as mãos sobrepostas uma à outra, erguendo-as aos céus.

Era muito feliz na sua aldeia, a morar com a mulher e 4 filhos, numa casinha que ele mesmo fez com capricho a esse fim.

Havia fartura de peixes por lá (em rio baixo). Pescava, comia-os com a família, e vendia o excedente do pescado.

Em tempos de rio cheio o peixe minguava e Diego mudava de atividades: cuidava da terra; plantava, colhia... fazia farinha-de-puba, tucupi...

No desejo de ser tratado do alcoolismo, ter a felicidade de outrora, a família de volta... a paz de espírito.

Diego, após fracassar no tratamento da sua dependência etílica, deixou a instituição que o acolhera, e desejava retornar ao seu povo; mesmo impossibilitado financeiramente a isso...

Fora conduzido em amor, ao projeto do Marcos, por Daniel (obreiro-evangélico) que prestava assistência religiosa a uma comunidade ribeirinha e, compadeceu-se muito dele.

Diego é um guerreiro originário da floresta amazônica, da tribo Moura, que momentanhamente têm perdido algumas batalhas para esses vícios malditos... mas, não parou de guerrear contra eles.

— A mais recente que fracassou fora a de ter abandonado o tratamento num projeto similar ao do Pai Resgatando Vidas, como já dito. Mas, crer sair vitorioso dessa guerra.

A esperança do jovem índio em dias melhores não acabou: se renova. Ressurge das cinzas, ao aceitar seu próximo combate. Nessa nova casa de apoio, no paraíso de Iranduba.

"Quero ganhar não tanto a minha família, mas minha vida". — Diego

"Se você terminar o tratamento com a gente eu vou levá-lo e conhecer sua aldeia". — Marcos Bastos

Já acolhido, e por sua experiência silvicola, Marcos já pensa colocá-lo frente aos trabalhos da (horto) terapia na chácara da instituição.

A horta fora implantada recentemente na chácara; com o intuito de ocupar a mente dos internos e tornar o projeto ainda mais auto-sustentável.

Lá, Diego, o índio que busca as forças com o "homem branco" em meios civilizados, para se ver livre da maldita "droga lícita", irá viver e conviver juntinho da Natureza e de irmãos de lutas; o tempo que-lhe for necessário, para sua recuperação, vitória...

A "chácara mais amada do Brasil", atualmente conta com cerca de 60 internos. Abrigados, acolhidos, em tratamento das mais diversas dependências químicas.

... A cada dia vai ganhando importantes parcerias privadas e governamentais, conceito. Pela dedicação no cuidar dessas pessoas vulneráveis, na transparência das ações sociais que implementa, desenvolve; e pelos resultados alcançados. No alto índice de usuários tratados e devolvidos às suas famílias, ao convívio social.

Através desse projeto tudo é facilitado no sentido de se escrever um nova história, de se conquistar o que fora perdido... Isso vem sendo mostrado desde a sua fundação.

Já passaram pela Instituição: Casa Rosa, e chácara, inúmeros (as) dependentes químicos que sobreviviam há anos, à margem da sociedade; em ruas e praças da capital e interior do Estado e do País. E hoje mantém suas vidas restauradas da maldição das drogas, por esse apoio e carinho que recebem desse pai e de sua equipe de colaboradores.

*Nemilsode Morais de Morais,

Gestor Ambiental/Acadêmico Literário.

(27:01:23)

Nemilson Vieira de Morais
Enviado por Nemilson Vieira de Morais em 29/01/2023
Reeditado em 29/01/2023
Código do texto: T7706502
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