Errar faz parte. Sempre fez parte, uai.

O passado é perceber que os nossos erros deixam de ser erros quando olhamos para eles como lições de vida.

Quando paramos para pensar que sem eles não seriamos quem somos hoje. Não teríamos a força que temos, para nos levantarmos após mais uma queda. Não nos saberíamos olhar ao espelho e ter orgulho naquele outro ser que nos sorri do outro lado.

A vida ensina-nos a olhar para os erros sem arrependimentos. Fizemos escolhas menos certas porque eram necessárias naquele instante. Erramos para aprender a levantar-nos, sem que exista medo. Sem que tenhamos medo de voltar a errar. Só assim iremos aprender, só assim iremos crescendo.

Aprender com os erros é deixar de ter medo de olhar para o passado. É saber perceber em que foi que errei e fazer disso uma lição de vida. Fechar aquela porta pesada que nunca mais se voltará a abrir. Escrever no livro da vida em que errei com a consciência de que tornei o errado em certo, para que nunca mais volte a cometer o mesmo erro.

Não nos deveremos sentir culpados. Não podemos culpar quem quer que seja pelas nossas escolhas. É um facto que também existiram outras pessoas naquela história, mas fomos nós quem decidiu o nosso caminho. Fomos nós que escolhemos por onde queríamos seguir. Não poderemos agora enfiar a culpa no saco de alguém com quem vivíamos no momento.

Esse momento foi único. A decisão teve que ser rápida e não há como corrigi-la. É assim a vida, é feita de imprevistos e vivida sem ensaios.

A vida são momentos únicos, é esse o milagre da existência. Viver sem termos uma rede que nos proteja na queda. Vamos errando e crescendo. É esse o sentido da vida. Não há retrocessos, apenas a gratidão de aqui continuarmos após cada uma das nossas quedas.

A criança que sou, é e continuará a ser uma aluna da mestre vida. Aquela que me faz passar pelos seus testes e que um dia me dará o diploma.

Errar não é ser fraco, nem ignorante. É ter arte para arriscar a viver sem medo de perder. Uma batalha perdida não é o fim da guerra. Sempre teremos mais uma batalha à nossa espera.

Guaranésia, 10/01/2013.

Milton B. Furquim