SENSAÇÃO OU SENTIMENTO... DE PATRIOTISMO?

 

  “Essa sensação estranha de sempre precisar de alguém...”

                                     (Pequena Sereia)

 

   Então, que a língua portuguesa é cheia de, digamos assim, “armadilhas em seus vocábulos”, ninguém duvida. Contudo, no que apresentarei aqui talvez o que houve na verdade foi um equívoco no que alguém preferiu usar o devido vocábulo.

   Serei mais objetivo no que aqui estudaremos. Por estes dias alguém postou numa “rede social” (a ser, portanto, um site de compartilhamento de dados) a seguinte frase: “Bolsonaro foi o único presidente que me deu a ‘sensação’ de ser patriota”.

 

 

   Bom, após ler aquilo eu pensei: “Sensação”! Será que o tal indivíduo usou a palavra correta? Ou ele não queria usar, talvez, o vocábulo “sentimento” (e se “atropelou” no que disse)? E naquela hora eu me pus a perguntar mais uma outra coisa: será que ele saberia a diferença entre “sensação” e “sentimento”? Ou será que ele queria de fato usar o termo “sensação”? fiquei matutando comigo a sua real intenção.

   Vejamos bem, pergunto agora ao ilustre leitor: Você sabe a diferença entre “sensação” e “sentimento”? E você usaria o mesmo termo em se tratando de “patriotismo”?

   Peço que me acompanhe, por favor.

 

 

   A meu ver “sensação” é algo próprio da esfera “sensorial”, ao que poderíamos dizer ser uma “reação física” provocada por um “estímulo” (que, obviamente, a causou). Já o “sentimento” é algo "interno". E aqui podemos afirmar que “sensação” é uma resposta cerebral a partir de um impulso sensório de uma informação interpretada pelo cérebro. Enquanto o sentimento é algo basicamente afetivo.

   Sendo assim, eu acredito que o ilustre indivíduo errou em sua colocação. Ou então, poderia, quem sabe, estar exagerando em seu antidepressivo (o qual “provocou” a sua “sensação”). Afirmo isto devido ao fato de que vários estímulos externos (como, por exemplo, medicamentos) podem, sim, causar muitas “sensações”, inclusive a ilusão de um certo patriotismo, e sendo muitas vezes destituído de empatia.

 

 

    Tudo bem que não podemos esquecer do chamado “EFEITO CONTÁGIO”, o qual se trata não tanto de uma “sensação”, mas da postura de se adaptar “à uma onda coletiva”, sendo na maioria das vezes, nascida pelo “PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO” a alguém ou a um determinado grupo. E pode ser muito bem explicado pela Psicologia. E, no “efeito contágio” (também chamado “mentalidade de rebanho”) a pessoa perde a sua individualidade, onde, dependendo do espaço em que se encontra, pode experimentar “sensações”.

 

 

   Exemplos disso são: estar no meio de uma torcida de futebol, ou numa aglomeração seja num templo ou num espaço restrito, onde naquele momento a pessoa é absorvida pelo clima mental ali produzido. Darei um exemplo melhor: se você estiver dentro de um estádio de futebol, vestido da camisa da seleção (que está naquela hora jogando), com toda a certeza irá lhe produzir uma “sensação patriótica”, a qual não estaria talvez experimentando caso estivesse sozinho. E a mesma sensação é experimentada quando é executado o hino nacional, onde muitos até choram (de emoção). Em outras palavras: Sensação é emoção. E cá pra nós: muitos só são “patriotas” durante jogos na época da Copa!!!

 

 

   Tomo a liberdade para lhe dirigir uma pergunta em função do que houve no início deste ano de 2023, do que ocorreu em Brasília (no dia 8 de janeiro):

   Seria alguém “patriota” (de verdade) só porque é baderneiro, violento, agitador e, principalmente, um fanático a carregar a bandeira do país, e com atitudes e condutas terroristas? Sim, destes tantos que fazem o que fazem justificando-se que seria por amor à pátria?! 

 

 

   E agora, eu tenho certeza de que alguém gostaria de me perguntar:

   - Você não tem em sua alma nenhum “sentimento de patriotismo”?

   Ao que lhe responderia:

   - Sou um cidadão brasileiro “que vai à luta todos os dias”. Não fico me entorpecendo com “ideias” nacionalistas ou patrióticas. É lógico que eu quero o melhor para este país, considerando que é nele que eu vivo. Mas, dizer que eu seria um “apaixonado patriota”, eu estaria mentindo. Contudo, o fato de não ser “patriota” aos moldes de como muitos estão se portando isso é comigo. E eu o considero “insano”. Não aprovo. E sou “uma pessoa de pés no chão”.

   Explicar-me-ei melhor a razão pela qual “eu não sou patriota”, pelo menos não “aos moldes” de como muitos acreditam que deve ser:

   Eu “não consigo ser patriota” com o salário que eu recebo como aposentado. Bom, revelarei aqui algo para que você me conheça um pouco: comecei a trabalhar cedo, e aposentei também bem cedo, aos processos da antiga forma previdenciária (antes da reforma). Ainda não tenho o direito de usar o estacionamento reservado para idosos, ou ir para o “atendimento preferencial” num supermercado. No entanto, achei melhor ter o direto do benefício previdenciário (por tempo de serviço). Porém, com o atual valor do benefício (que o Governo me “agracia), "eu não consigo ser patriota”.  E gostaria muito de saber se algum assalariado neste país “consegue” ser.

 

   Eu “não consigo ser patriota” com o preço da cesta básica e com valor dos impostos (que praticamente não nos dão nenhum “retorno”). Eu estou falando em se tratando de saúde, educação, segurança, etc.

 

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando vejo [aqui] tantas crianças abandonadas nas ruas e mendigando comida ou então à procura de comida nos lixões da cidade. Ao que "eu não consigo ser patriota" vendo jovens pedindo moedas para comprar droga (quando todos deveriam estar nas escolas ou em suas casas).

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando vejo que jovens formados só têm seus diplomas nas paredes, mas que não conseguiram trabalho. Ou então trabalham em algo que não foi o que cursaram (a trabalhar em qualquer lugar), e, assim, terem seus sonhos frustrados.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando vejo frequentemente notícias a exibir tanta impunidade neste país.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando assisto pela tv mulheres sendo espancadas por seus companheiros e ninguém faz nada.

 

   Eu “não consigo ser patriota” sabendo que nossas florestas estão sendo desmatadas, queimadas, enfim destruídas, já que estão desprotegidas.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando é noticiado a respeito dos garimpos ilegais na Amazônia, e ver também que os índios correm o risco de serem dizimados.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando eu vejo nos telejornais que na tragédia de Brumadinho e Mariana ninguém foi punido e quanto às pessoas que tudo perderam, ficou tudo por isso mesmo.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando eu vejo que na tragédia na Boate Kiss as penas impostas aos envolvidos foram anuladas pela Justiça.

 

   Eu “não consigo ser patriota” pelo que muitos aqui somente “sobrevivem”, mas com dignidade não vivem.

 

 

   E por aí vai...

 

   Ou seja, se for para ter uma “sensação de ser patriota” (conforme aquele elemento falou) acredito que "as coisas funcionarão" assim: ou tomando muito antidepressivo, ou enchendo a cara de cachaça, ou, então, usando alguma substância entorpecente e alucinógena, a que venha me “tirar da realidade”. Mas, como eu sou “careta” (pelo que não uso drogas) e não tomo nenhum Prozac (fluoxetina) o jeito é aguentar as pontas, e sem me iludir com uma sensação à qual não tenho. E a me limitar a ser somente um cidadão brasileiro (mas com a cabeça sã, e sem me enganar a ter comigo um tolo e passional “patriotismo”). E aqui cabe lembrar algo de extrema importância a saber principalmente para os que se amparam em sensações: elas - as sensações - passam "na velocidade da luz".

   Bom, logo, logo será Carnaval. Quem sabe, ao contemplar o rebolado de nossas lindas mulatas eu possa esfriar minha cabeça (em minha revolta), a se saber que o Carnaval brasileiro é o melhor do mundo.

 

 

02/02/2023

 

IMAGENS: INTERNET

 

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SOMENTE O TEXTO:

 

SENSAÇÃO OU SENTIMENTO... DE PATRIOTISMO?

 

  “Essa sensação estranha de sempre precisar de alguém...”

                                     (Pequena Sereia)

 

   Então, que a língua portuguesa é cheia de, digamos assim, “armadilhas em seus vocábulos”, ninguém duvida. Contudo, no que apresentarei aqui talvez o que houve na verdade foi um equívoco no que alguém preferiu usar o devido vocábulo.

   Serei mais objetivo no que aqui estudaremos. Por estes dias alguém postou numa “rede social” (a ser, portanto, um site de compartilhamento de dados) a seguinte frase: “Bolsonaro foi o único presidente que me deu a ‘sensação’ de ser patriota”.

   Bom, após ler aquilo eu pensei: “Sensação”! Será que o tal indivíduo usou a palavra correta? Ou ele não queria usar, talvez, o vocábulo “sentimento” (e se “atropelou” no que disse)? E naquela hora eu me pus a perguntar mais uma outra coisa: será que ele saberia a diferença entre “sensação” e “sentimento”? Ou será que ele queria de fato usar o termo “sensação”? fiquei matutando comigo a sua real intenção.

   Vejamos bem, pergunto agora ao ilustre leitor: Você sabe a diferença entre “sensação” e “sentimento”? E você usaria o mesmo termo em se tratando de “patriotismo”?

   Peço que me acompanhe, por favor.

   A meu ver “sensação” é algo próprio da esfera “sensorial”, ao que poderíamos dizer ser uma “reação física” provocada por um “estímulo” (que, obviamente, a causou). Já o “sentimento” é algo "interno". E aqui podemos afirmar que “sensação” é uma resposta cerebral a partir de um impulso sensório de uma informação interpretada pelo cérebro. Enquanto o sentimento é algo basicamente afetivo.

   Sendo assim, eu acredito que o ilustre indivíduo errou em sua colocação. Ou então, poderia, quem sabe, estar exagerando em seu antidepressivo (o qual “provocou” a sua “sensação”). Afirmo isto devido ao fato de que vários estímulos externos (como, por exemplo, medicamentos) podem, sim, causar muitas “sensações”, inclusive a ilusão de um certo patriotismo, e sendo muitas vezes destituído de empatia.

    Tudo bem que não podemos esquecer do chamado “EFEITO CONTÁGIO”, o qual se trata não tanto de uma “sensação”, mas da postura de se adaptar “à uma onda coletiva”, sendo na maioria das vezes, nascida pelo “PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO” a alguém ou a um determinado grupo. E pode ser muito bem explicado pela Psicologia. E, no “efeito contágio” (também chamado “mentalidade de rebanho”) a pessoa perde a sua individualidade, onde, dependendo do espaço em que se encontra, pode experimentar “sensações”.

   Exemplos disso são: estar no meio de uma torcida de futebol, ou numa aglomeração seja num templo ou num espaço restrito, onde naquele momento a pessoa é absorvida pelo clima mental ali produzido. Darei um exemplo melhor: se você estiver dentro de um estádio de futebol, vestido da camisa da seleção (que está naquela hora jogando), com toda a certeza irá lhe produzir uma “sensação patriótica”, a qual não estaria talvez experimentando caso estivesse sozinho. E a mesma sensação é experimentada quando é executado o hino nacional, onde muitos até choram (de emoção). Em outras palavras: Sensação é emoção. E cá pra nós: muitos só são “patriotas” durante jogos na época da Copa!!!

   Tomo a liberdade para lhe dirigir uma pergunta em função do que houve no início deste ano de 2023, do que ocorreu em Brasília (no dia 8 de janeiro):

   Seria alguém “patriota” (de verdade) só porque é baderneiro, violento, agitador e, principalmente, um fanático a carregar a bandeira do país, e com atitudes e condutas terroristas? Sim, destes tantos que fazem o que fazem justificando-se que seria por amor à pátria?! 

   E agora, eu tenho certeza de que alguém gostaria de me perguntar:

   - Você não tem em sua alma nenhum “sentimento de patriotismo”?

   Ao que lhe responderia:

   - Sou um cidadão brasileiro “que vai à luta todos os dias”. Não fico me entorpecendo com “ideias” nacionalistas ou patrióticas. É lógico que eu quero o melhor para este país, considerando que é nele que eu vivo. Mas, dizer que eu seria um “apaixonado patriota”, eu estaria mentindo. Contudo, o fato de não ser “patriota” aos moldes de como muitos estão se portando isso é comigo. E eu o considero “insano”. Não aprovo. E sou “uma pessoa de pés no chão”.

   Explicar-me-ei melhor a razão pela qual “eu não sou patriota”, pelo menos não “aos moldes” de como muitos acreditam que deve ser:

   Eu “não consigo ser patriota” com o salário que eu recebo como aposentado. Bom, revelarei aqui algo para que você me conheça um pouco: comecei a trabalhar cedo, e aposentei também bem cedo, aos processos da antiga forma previdenciária (antes da reforma). Ainda não tenho o direito de usar o estacionamento reservado para idosos, ou ir para o “atendimento preferencial” num supermercado. No entanto, achei melhor ter o direto do benefício previdenciário (por tempo de serviço). Porém, com o atual valor do benefício (que o Governo me “agracia), "eu não consigo ser patriota”.  E gostaria muito de saber se algum assalariado neste país “consegue” ser.

 

   Eu “não consigo ser patriota” com o preço da cesta básica e com valor dos impostos (que praticamente não nos dão nenhum “retorno”). Eu estou falando em se tratando de saúde, educação, segurança, etc.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando vejo [aqui] tantas crianças abandonadas nas ruas e mendigando comida ou então à procura de comida nos lixões da cidade. Ao que "eu não consigo ser patriota" vendo jovens pedindo moedas para comprar droga (quando todos deveriam estar nas escolas ou em suas casas).

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando vejo que jovens formados só têm seus diplomas nas paredes, mas que não conseguiram trabalho. Ou então trabalham em algo que não foi o que cursaram (a trabalhar em qualquer lugar), e, assim, terem seus sonhos frustrados.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando vejo frequentemente notícias a exibir tanta impunidade neste país.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando assisto pela tv mulheres sendo espancadas por seus companheiros e ninguém faz nada.

 

   Eu “não consigo ser patriota” sabendo que nossas florestas estão sendo desmatadas, queimadas, enfim destruídas, já que estão desprotegidas.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando é noticiado a respeito dos garimpos ilegais na Amazônia, e ver também que os índios correm o risco de serem dizimados.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando eu vejo nos telejornais que na tragédia de Brumadinho e Mariana ninguém foi punido e quanto às pessoas que tudo perderam, ficou tudo por isso mesmo.

 

   Eu “não consigo ser patriota” quando eu vejo que na tragédia na Boate Kiss as penas impostas aos envolvidos foram anuladas pela Justiça.

 

   Eu “não consigo ser patriota” pelo que muitos aqui somente “sobrevivem”, mas com dignidade não vivem.

 

   E por aí vai...

 

   Ou seja, se for para ter uma “sensação de ser patriota” (conforme aquele elemento falou) acredito que "as coisas funcionarão" assim: ou tomando muito antidepressivo, ou enchendo a cara de cachaça, ou, então, usando alguma substância entorpecente e alucinógena, a que venha me “tirar da realidade”. Mas, como eu sou “careta” (pelo que não uso drogas) e não tomo nenhum Prozac (fluoxetina) o jeito é aguentar as pontas, e sem me iludir com uma sensação à qual não tenho. E a me limitar a ser somente um cidadão brasileiro (mas com a cabeça sã, e sem me enganar a ter comigo um tolo e passional “patriotismo”). E aqui cabe lembrar algo de extrema importância a saber principalmente para os que se amparam em sensações: elas - as sensações - passam "na velocidade da luz".

   Bom, logo, logo será Carnaval. Quem sabe, ao contemplar o rebolado de nossas lindas mulatas eu possa esfriar minha cabeça (em minha revolta), a se saber que o Carnaval brasileiro é o melhor do mundo.

 

02/02/2023

 

Estevan Hovadick
Enviado por Estevan Hovadick em 02/02/2023
Reeditado em 02/02/2023
Código do texto: T7709766
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