_____________________ENGANANDO O ESTÔMAGO

 

 

Caminhar é bom? É sim. Hoje em dia ninguém mais sai de um consultório médico sem a recomendação: — Isso, e mais uma boa caminhada! — Resumo da obra: remédios sem pernocas exercitando de pouco valem.  O homem é um ser gregário, dizem. E o movimento põe as engrenagens em dia. Caminhemos, portanto, sempre que possível e até impossível.

 

Rubem Alves disse que o bom caminhar pede solidão. É momento especial, de relaxamento, de reconexão. Não estou do lado dele nem do lado dos ruidosos caminhantes com quem cruzo. Sozinha tá ótimo, acompanhada também. Tenho, em alguns dias, uma companheira de caminhada. E a gente se dá superbem na jornada rumo à saúde e ao  bem-estar. Dias desses, durante nosso caminhar, ela contou que o colesterol e o triglicérides estão nas nuvens, mas tem feito uma mudança radical em seus hábitos alimentares: ela mudou, por exemplo, a forma de comer pão de queijo, um veneno no caso dela. Explicou, radiante, que agora não faz mais a delícia dos mineiros enrolada em bolinhas, migrou para o modelo biscoitinho. Segundo sua curiosa teoria culinária, no formato de biscoito o pão de queijo é bem menos prejudicial. Ela já tem sentido a diferença. Se ela diz...

 

Eu? Só dou uma risada das mais felizes, que hora de caminhada não é hora de filosofar. No mais, toda mudança é válida, se existe o sincero desejo da mudança.

 

 

Tema: Mudanças (crônica)