" Recordar é viver, eu ontem sonhei..."

Moro numa grande metrópole, onde a vida é sufocante e agitada, mais parecida com um grande formigueiro, e daqui parti inúmeras vezes para o litoral. As vezes de moto com uma musa na garupa, e outras com amigos.

É claro que a paisagem ocupava um espaço de destaque nessas viagens - praias lindas, e no seu entorno, arvores baixas, permitindo-se um olhar profundo para o horizonte, até onde ele se encontrava com o mar, e coqueiros dizendo: aqui é a porta do paraíso. E, seguramente para mim, nossas praias, estão entre as mais belas, não ficam atrás de nenhuma outra deste planeta.

Cada dia, um pôr do sol diferente. Dando uma impressão mágica: que uma gigantesca moeda de ouro estava sendo inserida para dentro do mar, como se fosse num cofre lá na linha do horizonte. E muitas vezes a lua parecia flutuar sobre o oceano. Visão e sensações, que só alimentava o meu desejo de sempre voltar a este espetáculo, que tem um sabor especial só no litoral.

Quantos engarrafamentos nas estradas enfrentei – sempre havia mais carros que estradas. E isso não é uma hipérbole. É fato! Mas valia a pena: bem vividos e merecidos feriados...

Certa vez – acampado em uma dessas praias fiz amizade com um rapaz, que como eu, era amante do mar. Ele também morava na metrópole, mas tinha uma casa de veraneio em Ilha Bela – após tomarmos uma cerveja, caminhamos pela praia até um veleiro de pequeno porte, atracado na marina, e advinha quem era o dono? Ele! Esse meu novo amigo, cheio de estórias sobre o mar, me fez um convite maravilhoso. Disse: – apareça aqui amanhã cedo, para velejarmos – Totalmente surpreendido e com um sorriso até as orelhas, apertei sua mão e aceitei. É claro que na manhã seguinte, cheguei antes do horário combinado – valeu a pena! Ele não só me ensinou um pouco da arte de velejar, como me passou o timão e o comando do barco por horas...

Se bem que havia, mais duas garotas no barco – não será por isso o verdadeiro motivo do convite? (Risos)

Sinto até hoje, o cheiro do mar, o grunhido das gaivotas, e o vento suave que batia em meu rosto, ao contrário do meu coração, que batia acelerado de alegria.

Recordar é viver, hoje sonho acordado, voltando ao passado pelas asas da imaginação:

O urro do mar, quando suas ondas brigam com os rochedos, o céu apinhado de estrelas durante as àquelas noites de verão, as garotas lindas com seus biquinis minúsculos e coloridos. E, principalmente, caminhar, com os pés descalços à beira-mar, sentido a brisa suave batendo no meu rosto, completam as imagens dos meus sonhos que habitam o cenário que carrego na minha memória sobre os dias que vivenciei o litoral.

jaeder wiler
Enviado por jaeder wiler em 03/03/2023
Reeditado em 06/03/2023
Código do texto: T7731960
Classificação de conteúdo: seguro