A pontualidade do atraso

Ser TDAH é uma grande oportunidade pra rir da própria vida. E se tem uma coisa que não pode ser desperdiçado é o riso. Essa nossa condição é bem generosa nesse sentido 😒

Tenho procurado ser pontual na vida. Nunca fui em nada, a não ser como professora em sala de aula. Ali chego no horário com poucos episódios de atraso. Fui madrinha de casamento da minha irmã e a noiva chegou primeiro. Cheguei atrasada na minha defesa de mestrado. A banca estava lá. Cheguei depois com todos da minha família junto, e que por isso, foi uma chegada com ruídos. Vários ruídos. Muitos.

Os outros atrasos até que passam, mas esses dois casos mostram que a coisa é patológica (quá quá)

Completei hoje a décima sessão de acupuntura. A Ana é a acupunturista é tem um namorado com TDAH. Ela disse que nos entende. Ainda assim, disse a ela que iria fazer de tudo para ser pontual. Sempre chego atrasada. Hoje foi a segunda vez que estava ali bem antes do horário toda metida porque seria pontual e fui traída pelo esquecimento. Assim, chego quase a conclusão que é uma força do universo que nos puxa pra fora dessa cronologia terrena.

A primeira vez da pseudo pontualidade, estacionei o carro próximo à clínica. Peguei todas as coisas, agulhas, cartão das sessões, documentos e caminhei feliz por 5 minutos. Quando estava na portaria lembrei que esqueci a máscara. Nossa! Que raiva! Voltei pra pegar a tal no carro e vi que ele poderia ser estacionado mais perto da clínica. Pois coloquei-o mais à frente. Desci e caminhava. Cadê a máscara ? Esqueci de novo. Voltei. Atraso consolidado com sucesso.

A segunda vez foi hoje. A sessão de acupuntura seria as 8h, mas tive que mudar por causa de um exame no mesmo horário. Fiz o tal exame primeiro e depois fui para a acupuntura. Antes liguei para a clínica e pedi que mudassem o horário para mais tarde pois teria o exame primeiro. Tudo certo com a mudança de horário. A moça disse para eu chegar 8h40. O exame acabou super rápido e cheguei na clínica 8h25. Até dei a volta com o carro para não ter de gastar mais com a zona sul. Desci do carro e mais uma vez caminhava feliz com a pontualidade. Ao chegar perto da portaria o que aconteceu? Lembrei que esqueci das agulhas e cartão das sessões que se encontravam no aconchego do lar. Ai fiquei tentando enganar o cérebro de que naquele esquecimento teria um ponto positivo. Ao voltar para casa pegaria o fone de ouvido e faria a sessão ouvindo música. TDAH vive querendo essas compensações, impressionante como parece Poliana na tentativa de ver algo bom no caos. Hoje o atraso foi terrível, mais de 20 minutos. Pelo menos as picadas foram acompanhadas de música 💃🏻

Isabel Cristina Rodrigues
Enviado por Isabel Cristina Rodrigues em 08/03/2023
Código do texto: T7735612
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