“AÍ É PRA ACABAR”!

Há anos eu tenho uma dor abdominal, já investigada por meio de consultas e exames diversos, feitos, principalmente, por três médicos muito queridos: Dr. Jairo Rocha, Dr. Carlos Alberto de Castro Alves e/ou Dr. Rodrigo Rocha Batista. Há tempo não os procuro, pois tenho ingerido as fibras recomendadas por esse último jovem doutor. Ocorre que de uns tempos para cá, parece que meus intestinos enjoaram de “Fiber Mais” e começaram a fazer doer ora o flanco direito, ora o esquerdo, ora as costas, ora o quadril, ora os músculos das nádegas, ora os das coxas... Torturante!!

Para dizer a verdade, talvez as causas dessas dores sejam apenas duas: idade avançada e falta de exercícios físicos. De qualquer forma, enquanto não volto a consultar meus queridos médicos ou arrumo um tempo para começar a exercitar o corpo, vou pesquisando sobre o que eu tenho sentido no Google.

Para aqueles que se acham melhores do que alguém é bom saber que a maior parte do nosso trato gastrointestinal é colonizada por bactérias, permanentes e transitórias, e que elas podem se distribuir em mais de 1.000 espécies. Eu escrevi: mais de MIL!! Entendeu? Em outras palavras, na verdade, nós somos hospedeiros de muitos “bichinhos”, que podem ser bonzinhos ou perversos, dependendo do equilíbrio da nossa MICROBIOTA. Vou me lembrar disso, toda vez que eu vir alguém de “nariz empinado” e vou lhe perguntar mentalmente: “Quais são os seus maiores filos, oh, colônia ambulante de bactérias?”

Os microrganismos são separados em 4 filos (agrupamentos mais abrangentes das espécies): Bacteroidetes, Firmicutes, Proteobacteria e Actinobacteria. Para termos intestinos saudáveis o ideal é fazermos exames laboratoriais recomendados por um especialista (se ele desconfiar de “Desbiose”), descobrirmos quais são os que moram em nossos intestinos e seguirmos, certinho, as prescrições capazes de equilibrar a tal microbiota.

Mesmo sem ter bola de cristal, considerando o que eu descobri nas minhas pesquisas e, também, o que eu adoro ingerir, tenho quase certeza de que meus futuros exames vão apontar que eu tenho, pelo menos, dois tipos de microrganismos “de estimação”: Prevotella e Bacteroides. O primeiro porque está associado a um maior consumo de carboidratos e açúcares (e eu adoooooro!), e o segundo porque está relacionado à ingestão de proteínas e gorduras saturadas (idem).

Quando a microbiota está desequilibrada, o sujeito pode ter dores lancinantes e dependendo da gravidade, pode ser portador da SII- Síndrome do Intestino Irritável, Doença de Crohn (Cruz credo!) ou Retocolite (Vade retro!). Em outras palavras, se a gente não cuidar direitinho das bactérias, elas podem nos transformar em uma grande colônia delas sob 07 palmos de terra.

Suponhamos que eu tenha apenas a Síndrome do Intestino Irritável... Google, o que devo fazer para melhorar, enquanto não vou ao médico e faço os exames?

Google: “Siga uma dieta FODMAPS!”

Eu: Como assim? O que é isso?

Google: FODMAPS é a sigla de “Fermentable Oligosaccharides, Disaccharides, Monosaccharides and Polyols”. Entendeu?

Eu: Nadinha!! Mas... como eu devo proceder para seguir essa dieta?

Google: Evite comer amora, ameixa, damasco, caju, maçã, melancia, pêra, pêssego, cereja, abacate, alcachofra, quiabo, alho, cebola, repolho, aspargo, feijão, ervilha, lentilha, iogurte, leite, queijos frescos, amêndoa, avelã, pistache, adoçantes artificiais, xarope de milho, mel, centeio, cuscuz, farinhas, cevada, soja, trigo, espessantes e estabilizantes, sucos de fruta, cerveja, refrigerantes e alguns prebióticos que não sejam fodmap friendly.

Eu: Eh, desgraceira!! Sem pão, sem bolo, sem poder beber cerveja ou vinho? Sem poder comer doce? E carne, pelo menos, pode?

Google: Pode, mas não pode temperar usando nem alho e nem cebola!

Eu: “Aí, é pra acabar”! O sujeito só tem duas opções: 1. ignorar, comer e beber qualquer coisa gostosa listada acima e continuar morrendo de dor; ou 2. não comer ou beber nada disso e morrer de desgosto. Acho que o nome adequado para essa dieta deveria ser: FODMAIS!! Tá doido?