Mini crônica: O Testamento do poeta.

O Poeta partiu para o outro lado , mas como gostava de escrever

escreveu seu testamento e deixou dentro de uma pasta de couro bonita

onde todos sabiam que guardava seus documentos mais importantes.

E teve o cuidado de alertar alguns familiares mais próximos sobre a

existência do Testamento ( a letra maiúscula é para dar um toque solene ),

e assim estava escrito:

" Favor me colocar em um caixão bem simples, pois não faz sentido, se

gastar com um morto enquanto tem tanto vivo passando fome; meu violão,

meu fusca, minhas roupas, enfim , todos os meus pertences devem ser

vendidos e depois de descontarem as despesas fúnebres , entreguem o que

restou (que sei que não será muito , pois, nesse mundo capitalista de tudo se tira

lucro) para alguma casa de caridade séria. Guardar coisas de gente morto só traz

mais sofrimento. Guardem somente os momentos bons que vivemos juntos e

esqueçam os maus; e para finalizar, espalhem meus poemas e canções para o

vento e se possível queimem "meu corpo" e depositem as cinzas ao pé de um

Ipê amarelo( mas se isso ficar caro, esqueçam) . E saibam que estou vigiando

tudo sentado em alguma estrela . "

Edeilton
Enviado por Edeilton em 01/04/2023
Reeditado em 01/04/2023
Código do texto: T7753582
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2023. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.