Sobre a proteção das vacas e dos seres humanos

Ontem, ao saber do ocorrido em Blumenau, minha primeira reação foi chorar.

Na verdade eu queria era gritar, chutar, quebrar, enfim, extravasar todo o ódio, que me corroía as entranhas.

Depois, quando as lágrimas me acalmaram, pensei em soluções para evitar a repetição do fato.

Então, lembrei de uma reportagem que vi no Jornal do Almoço da RBS TV, na qual um agropecuarista falava de um sistema de monitoramento das suas vacas.

Sim, os animais estão conectados por um chip a um programa de computador, que monitora a saúde e o bem estar das vacas.

O objetivo é mantê-las saudáveis, satisfeitas e sem estresse para fornecer grande quantidade de leite de boa qualidade.

A preocupação dos técnicos refina-se ao tipo de música que a vaca prefere ouvir, a decoração e a ventilação do ambiente.

Perfeito. Uma vaca feliz e saudável dá leite bom.

Coisa de primeiro mundo no Brasil.

Pois, é justamente aí que entra a minha proposta.

Porque não criar um sistema mais específico para monitorar as ações das pessoas, que já praticaram delitos?

Que já demonstraram algum desvio de personalidade?

De quem está com a adrenalina em alta?

De revoltados psicóticos?

Uma espécie de banco de dados, um chip ou tornozeleira conectado a um sistema de monitoramento?

Bhá, se até as vacas (que me perdoem as vacas) têm um monitoramento, então, porque não monitorar humanos insanos?

É neste exato momento da leitura desta crônica, que entra a turma dos "contras".

Mas, e a liberdade do ser humano, como é que fica? E os Direitos Humanos? Qual a legislação conveniente?

Quanto tempo leva e qual é o capital político a pagar para implantar uma legislação como esta?

Como vamos separar o joio do trigo? E quanto aos enrustidos, ou seja, aqueles que são, mas não demonstram?

E se alguém for parar no banco de dados injustamente?

E se...? E se...?

É, mas se houvesse um chip ou tornozeleira monitorando o assassino, talvez a tragédia pudesse ter sido evitada.

Assim, só nos resta torcer para que o fato não aconteça novamente.

Enquanto isto a proteção das nossas crianças fica por conta da sorte.

Ondina Martins
Enviado por Ondina Martins em 06/04/2023
Reeditado em 06/04/2023
Código do texto: T7757362
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