*_ QUANDO AS MÁSCARAS ESCONDEM AS FERIDAS...

 

Deixa-me te falar, hoje você tem visto a vida em preto e branco, todo dia é igual ao outro.

A porra de uma repetição continua como se tivesse num looping, uma "repetição infinita”

dia após dia!

As mesmas caras, os mesmos momentos de acordar, tomar café as vezes na sua cabeça olhando para a face daquele que você não esquece.

Limpar as merdas do cachorro, quando dá, fazer uma faxina.

Quando não, dá um tapa de limpeza na base do mais ou menos.

Os mesmos afazeres.

Uma vida solitária.

Quando sai a rua, nem que seja pra comprar um mísero pão francês ou umas fatias de mortadelas, espera que ao dobrar a esquina aconteça um milagre, um sinal vindo sabe se lá de onde.

Poderia ser até mesmo extraterrestre, poderia ser um sinal de merda, mas que modificasse o rumo dos desastres que tem sido seus dias.

 

Perdeu o amor e está presa em laços que não consegue se desfazer por medo de se arrepender ao tomar qualquer decisão precipitada.

Vê os mesmos rostos repetitivos, as mesmas pessoas, pensando que está fazendo o certo, sentindo-se útil a pessoas, viver a vida que te boicotaram em toda sua existência quando sua vontade era meter o pé na estrada e ou falar umas poucas e boas pra alguns, mas se cala, engole.

Dia após dia uma droga.

Tem dias que a força escapa do seu corpo.

Sabe que tem que agir com sabedoria.

Aliás esse é um dos raros momentos que a usa.

No entanto há um lugar que gosta, por estar ajudando de verdade.

Um lugar na luz, onde você pode ser esconder por um tempo mínimo que seja, de todos, de suas trevas!

Os céus não te ouvem, tudo está em silêncio.

Nada.

Até aquele nível que você passa a se achar mesmo uma droga de pessoa, a se achar que merece todo esse sofrimento.

E sua luz de vida vai se apagando.

Até mesma arranja desculpas medíocres de que está pagando seus pecados ou saldando dividas, de vidas passadas.

A pergunta é; será que você já não as pagou?

Provavelmente afirmará a si mesma que não.

 

Olhas as pessoas na rua ou quando anda de ônibus, nas calçadas ou até dentro do Uber e se pergunta se alguns daqueles rostos são felizes ou fingem ser, tal como as máscaras que você coloca para sair de casa todos os dias.

Sem contar que achas que mereceria um Oscar por estar passado óleo de peroba no rosto a fingir, mais um dia.

Que irônico!

Lá no fundinho você se acha uma piada de humor negro, sem graça, uma vida de tédio, sem brilho do que um dia teve.

Você escreveu um roteiro, deixando as pessoas e coisas se alastrarem dentro da sua alma como uma Era daninha, daquelas que se alastram pelas casas e muros formando musgos envelhecidos, verdes, elas se adaptam bem em filmes de terror.

Te sugam até as últimas energias que lhe resta no perispírito.

Há vampiros em nossa porta que jamais deveríamos dar permissão pra entrar.

Você pede respostas aos céus, mas tudo está fechado como um feriado de Natal!

A cada dia que coloca os pés no chão pra se levantar, percebe que lhe falta forças e se pergunta: Até quando tudo vai continuar?

Esses laços de alma são tão fortes que descaradamente tentas te convencer de que é o certo.

Talvez seja a única maneira de sobreviver 

Todos os dias são enfadonhos, exceto uns pouquíssimos.

Sua vida deixou de ser uma poesia de encanto pra ser uma rima triste.

Por quais caminhos você se perdeu?

Vou te contar um segredo, você está dentro de sua própria história e não entendeu nada, está se perdendo.

Mal consegue saber quem és em cada manhã ou no final da noite ao sonhar acordada com o que deixou para trás.

 

Infelizmente, certas histórias nunca tem um final feliz.

Embora pensemos nelas com mil possibilidades diferentes.

A pergunta é; até que ponto algumas coisas dessas possibilidades dependeria somente de nós?

 

Eu conheço as cascas que se formam em torno de suas feridas, mas você se isolou demais dentro de si pra enxergar o que eu poderia lhe poupar contando-lhe...

O problema é que outras feridas possam

crescer em cima das velhas...