CONVIVENDO COM A INCAPACIDADE TEMPORARIA
Eu peguei chicungunha, experimentei a evolução para grave e ainda estou na fase das sequelas complicadas.
Muitas dores nas articulações, são dores paralisantes. São profundas e muitas cãibras nas mãos e dedos.
O braço não tem movimento completo, os dedos sem força e um mau humor que nem você da conta de si mesmo.
Um dia você levanta bem, no outro você não consegue levantar do vaso sozinho.
A sensação é que estou envenenada. Não há sensação de morte, mas de incapacidade.
A pior hora é a noite. Não tem como dormir com as mãos dormentes, os pés queimando e ardendo em dor. Toda forma de deitar é sofrimento.
O celular pesa tonelada, dirigir impossível e deitar é tudo que se deve evitar.
Com tudo isso eu pensei em que quem sofre de dores diárias e não temos paciência com eles.
Me fez pensar na real condição humana e nas nossas relações. O quanto, e se realmente amamos com quem vivemos.
Estar junto na alegria e bonança é fácil, mas estar junto em dias tão difíceis é onde descobrimos que a vida a dois é muito mais que apenas amar.
As tarefas corriqueiras que se tornam fardo e você precisa de auxílio. Tirar água da geladeira não é mais fácil, pois se torna tonelada para uma mão que não responde comando.
A vida é muito frágil para nos tornarmos gente que briga por tudo e por nada. Muito rápida para deixarmos raiva e decepções nos dominar.
Por isso sempre fui adepta da vida leve. Fora de casa já é turbilhão demais para estar também dentro de casa.
Esse mês com chicungunha parece uma eternidade, espero que passe logo para aliviar a caminhada, mas também me ensina a cada dia. Porque são nessas simplicidade de movimento que mora a realidade da vida.
Até a próxima...
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