CRÕNICA DA ESCRITA

A escrita pelo computador muda muita coisa. Para começar, pode ser uma escrita direta, sem rascunhos, onde vamos nós tecendo as ideias devagar. Se vai ficar bom, só no fim poderemos ver. Será um juízo de valor nosso. E o texto seguirá para leitura de outrem, e só veremos os comentários. Que é quando veremos se aprendemos ou não alguma coisa com alguns colegas de escrita. E se aprendemos ficaremos contentes. Pelo menos é assim que acontece comigo.

Ou eu posso fazer um escrito como rascunho. Na transcrição para o computador, contamos com o mesmo auxílio da nossas mentes. Claro, vamos copiando o rascunhado e acrescentando ou cortando algo do original no rascunho.

Para este escrito conto só comigo mesmo. Para dizer a verdade, nunca vi uma crônica da escrita. De modo que a crônica só fale da escrita. E já que intitulei este texto de Crônica da Escrita, aumentei e muito minha liberdade de abordagem do assunto. Crônica da escrita, podem ver. Eu não disse qual escrita. Então pode ser qualquer escrita.

Digamos que eu escreva bilhetes. Me enrasquei aqui, porque geralmente não escrevo bilhetes. Mas só para não dizer que disse algo sobre a escrita de bilhetes, li uma vez um conto que era a estória de escrevedor de bilhetes. O que me marcou no conto era a fala do escrevedor de bilhetes:

- Eu procuro me esmerar no uso da língua para escrever meus bilhetes - ele dizia no conto.

Achei a fala magnífica. Ele cuidando da língua nos bilhetes.

Mas sigamos. Não é só achar magnífico o cuidado da língua nos bilhetes. Na minha pobre opinião qualquer um que mantenha o costume de escrever, deve ter cuidado com a sua língua escrita. Seja para bilhetes, para crônicas, para contos. Ou qualquer texto, curto ou longo.

Para se escrever uma crônica da escrita, eu suponho leitura. Não só de crônicas. Vejam só, eu conheci um jovem inexperiente na escrita, que quando me mostrou um escrito seu, brilhou ele.

Dando sequência ao brilhou, mesmo inexperiente, muitos estreantes às vezes tem sua carreira interrompida por motivos sabe lá Deus quais. Mas se ganham um computador e descobrem nele uma chance como o RECANTO DAS LETRAS, eu não sei o que será o futuro das Letras, talvez algo mais que brilhante. E,assim Deus queira.

Aristides Dornas Júnior
Enviado por Aristides Dornas Júnior em 14/05/2023
Código do texto: T7787993
Classificação de conteúdo: seguro