FAZ 11 ANOS

Em 18 de fevereiro de 2012, uma moto aquática atropelou e matou essa menina de 3 anos, Grazielly Almeida Gomes, na praia da Guaratuba, em Bertioga, litoral Paulista. Quem conduzia a moto, um adolescente de 13 anos, teve como sentença uma medida socioeducativa de liberdade assistida (???). Já o dono do veículo aquático, José Augusto Cardoso Filho, teve uma pena muito mais pesada: prestar serviços à comunidade por dois anos e quatro meses, que o advogado José Beraldo está batalhando para que seja ampliada para quatro anos (essa crônica foi escrita logo após a tragédia, não sei o desfecho hoje). Como pai, não tenho a menor ideia da proporção da dor dos pais, familiares e amigos da pequena Grazielly ao ver bruscamente decepada em segundos toda sua vida. E como cidadão, não tenho a menor ideia da proporção da dor deles em constatar como a justiça é cega, surda e muda, se manifestando assim diante de um fato escabroso, que poderia ter tido como vítima o meu filho ou o seu filho que estava experimentando, pela primeira vez, a alegria de brincar na areia de uma praia.