Nas ondas da internet

Creio não haver quem não se admire – digo daqueles mais vividos – ao perguntar algo na internet (basta dizer o que se quer!) e receber a resposta salvadora sobre os mais diversos assuntos. Uma maravilha! Pessoalmente, quando se trata de lembranças – personagens históricos, datas, lugares etc. –, prefiro não perder o hábito de deixar o cérebro navegar até o arquivo registrar a resposta salvadora, imediatamente conferida pelos dados disponíveis nos registros internéticos. Uma forma de exercitar a mente, apenas isso! Mas, é lógico, na maioria dos casos, pedimos mesmo é que a máquina nos conte…

Quão interessantes também são os diversos vídeos no Youtube, que nos dão conta da grande quantidade de bons comunicadores que temos, nas mais diversas áreas, compartilhando saberes, promovendo suas marcas e sendo remunerados (nada mais justo!) por tudo isso. Esses canais são também muito importantes na formação de mentes politizadas, esclarecidas, capazes de julgar as inumeráveis lacunas informativas da grande mídia em razão de seu viés ideológico.

A internet alimenta nossas melhores recordações… Refiro-me aos saudosistas que, talvez, todos sejamos. Pensou na sua cidade dos tempos idos? Procure lá… Certamente alguém reuniu fotografias, fatos pitorescos, informações sobre personagens e os disponibilizou no meio virtual. Saudades do seu time querido, que há muito não oferece um acervo de craques que o encanta? Procure lá… Certamente encontrará muita informação e imagens que lhe matarão as saudades. Procure Garrincha, Pelé, Gérson, Didi… Esses achamos facilmente. Outros menos famosos, mas nem por isso menos queridos pra você, lá se encontrarão também… Os velhos recortes de jornais antigos cedem lugar aos cliques que matam saudades. Por isso, é importante que todos saibamos lidar - o mínimo que seja - com essas maravilhas. E que aos mais idosos, os jovens – quase sempre apressados e ágeis – repassem um pouquinho de uma sabedoria que parece já nascer com eles.

É visível que a internet trouxe profundas mudanças nas relações de trabalho, aumentando o número de empregos para os seus entendidos, ao mesmo tempo que diminuem as oportunidades profissionais para aqueles que são gradativamente substituídos pelas máquinas ágeis e sábias. Hoje há menos bancários, professores, vendedores, cobradores de ônibus… A medicina já se exerce com um toque de celular e, certamente, terá seus benefícios distribuídos para mais gente. Algo de muito bom em um país onde a medicina pública tem lá os seus conhecidos problemas, apesar do inequívoco avanço que representou o SUS.

Pensou você aí, que me leu até aqui, nas coisas ruins?... Ah, sim, pensei também. Como tudo na vida, a internet tem seu lado ruim – e o pior deles certamente é a propagação reiterada de inverdades, com o intuito de torná-las verdades. A internet não é, nem poderá ser terra de ninguém escudada em uma pseudoliberdade de expressão. Até a liberdade precisa de leis, precisa de regras… Assim são bem-vindas regras que balizem seu uso – com autoridade, sem autoritarismo…