Sim, podia ser eu...

Nascer e não desfrutar o amor, então é preciso às vezes não viver.

Quantos seres infelizes, por causa do abandono cruel

justamente quando falta o amor

O ser humano poderá ficar completamente arrasado.

Nesta conversa que quero dizer, o valor dignificante,

de uma intensidade até mesmo maravilhosa que é a adoção...

Sim, podia ser eu, ou nós, porque não nesse mundo tão estranho...

Se resume tudo assim:

---Era um lugar que ele achava muito triste, apesar de sua pouca idade, 4, 5 ou talvez até mais anos, um refúgio onde estavam muitas crianças abandonadas, as pessoas responsáveis até que tentavam os ajudar, alguns resquícios de amor sempre existem no ser humano. Entretanto tem que ter algo mais, geralmente as crianças necessitam de um apego total.

Era um entra e sai de adultos à procura de uma criança pra adotar. Sempre tinha um escolhido, ele nem imaginava no novo mundo que entrava, talvez o outro mundo as escuridões fossem pior ou a intensa luz resplandeceria mostrando belezas incríveis?

Ele não sabia, só tinha certeza que ia ficando pra escanteio, ninguém o escolhia para o novo mundo, um lugar pra sair daquele emaranhado, em muitas mente um labirinto.

As paredes frias daquela casa, fazia com que tivessem um temor deste mundo, que nas suas mentes infantis fosse um mundo complexo e até malvado. Os dias eram intermináveis, as noites inspiravam medo, pois o amparo ali era escasso, parecia que cada um devesse se cuidar, defender de seus fantasmas. O choro tornava-se comum nele ou em cada criança dali. –onde está a felicidade? Sua mente clamava!

Um dia foi chamado, não sabia que há dias era observado. Na ampla sala da recepção um casal o esperava, o sorriso deles era contagiante, sorriam comentavam tudo era em relação a ele, pela primeira vez seria o centro de alguma coisa?

E foi, o casal o amparou e depois o adotou. Agora ele tinha um lar, um pai, uma mãe, o paraíso existe, a felicidade também, sentiu-se completamente amparado, o amor irradiou aquele ser. Um dia no ventre de sua mãe biológica talvez acontecia o seguinte:

Na gravidez indesejada a mãe, porque agora já é mãe,

um ser está sendo formado, naquele ambiente encontrado,

em muitas mães o desespero:

-- e agora, o que posso fazer? Este filho eu não posso ter,

e a criaturinha naquele dilema com certeza à sua mãe implora:

-- mãe, não me deixe morrer, em suas mãos está o meu viver,

me foi dado uma vida, me ame! Não me deixe morrer aqui.

Ele até que nasceu, mas foi abandonado, naquele abrigo foi deixado, como eu tinha falado, que os dias pareciam intermináveis, até que o amor lhe possibilitou viver, o amor do verdadeiro pai, o amor da verdadeira mãe.

Nossa! Quase que ele morre antes de nascer, ou mesmo nascer e não viver...

Sim, podia ser eu, você ou eles, se nossa mãe não nos amasse, não estaríamos aqui...