Casal em martírio por um esporte

Quando entrei na rede pública em 2007, para cursar o ensino médio, conheci um grande amigo chamado Douglas. Estudamos juntos por dois anos, 2007 e 2008, e construímos uma sólida amizade, que se mantêm mesmo com o fato de não sermos mais presentes na vida um do outro, como foi nos dois anos em que éramos estudantes de uma mesma sala de aula. Felizmente, com o advento da internet, nosso contato pôde ser mantido, mesmo que de forma virtual, o que é uma maneira de tentar compensar a ausência física.

Feito esse preâmbulo e antes que o assunto que me fez escrever essa pequena crônica seja desviado, digo que, como amigos de verdade devem ser, sempre torcemos muito para o progresso um do outro, em todas as áreas da vida; e na questão amorosa não seria diferente, afinal, é evidente que, também nesse aspecto, sempre torcíamos para que as coisas dessem certo e uma companheira especial aparecesse para cada um de nós. Algo que aconteceu com ele em 2016, quando conheceu uma moça do Paraná pela internet; e como o mundo virtual 'construiu pontes' e 'encurtou distâncias', o fato dele morar aqui no Rio de Janeiro e ela no sul do Brasil não impossibilitou em nada para que o romance acontecesse. Após algum tempo de 'convívio virtual', meu amigo viajou até onde ela morava para conhecê-la pessoalmente; e depois foi a vez dela vir para o Rio de Janeiro conhecer a família dele.

Mais algum tempo depois, para que pudessem ficar perto um do outro, já que o contato virtual, após se conhecerem pessoalmente não estava mais sendo o suficiente, ela arrumou suas coisas e se mudou para o Rio de Janeiro, onde estão morando juntos até os dias presentes.

Após concluir o breve explicativo para um melhor entendimento do que pretendo dizer e para onde quero chegar, digo que meu amigo e sua namorada estão bem no relacionamento e o companheirismo entre eles, algo que era para ser obrigatório entre casais, mas que se tornou uma raridade, é ótimo; inclusive no quesito futebol que, enfim, é onde eu queria chegar. Os dois gostam bastante do esporte e ele, assim como eu, torce para o Vasco, e ela é torcedora do Coritiba. Morando longe do seu estado de origem, a namorada do meu amigo perdeu um pouco daquele contato que se tem quando se reside no mesmo lugar onde o clube fica sediado. Com isso, ele mostrou para ela os clubes do Rio de Janeiro e, com extrema minúcia, a convenceu a torcer para o cruzmaltino. Meu amigo tem um plano no 'sócio torcedor' do clube e, junto dela, frequenta alguns jogos, especialmente quando ocorrem em São Januário. 'Convertida' em torcedora do Vasco para apoiar o namorado e também o clube, ela fez com que meu amigo também torcesse e apoiasse o Coritiba, o clube do coração dela; e assim seguem, os dois torcendo e sofrendo juntos para dois clubes que acumulam insucessos há muitos anos. Sempre brinco com o Douglas dizendo: "o companheirismo entre vocês se faz necessário ser muito grande, pois, torcerem para dois times que, nos últimos anos, proporcionam mais raiva e tristeza que alegria não é uma tarefa fácil, e muito menos prazerosa".

E para concluir, mesmo que eu não seja mais um acompanhante de futebol como já fui, me parece que o amor entre meu amigo e sua namorada, aplicado na torcida para Vasco e Coritiba não deverá ser o suficiente para que, pelo menos um deles, escapem do iminente rebaixamento; visto que, até o término dessa crônica, os dois clubes são o décimo nono e vigésimo colocados no 'Campeonato brasileiro' de 2023; ou seja, os dois últimos.

Edu Sene
Enviado por Edu Sene em 25/06/2023
Código do texto: T7822299
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