NOSSA COR

Nossa história vem de séculos atrás,

No meio de senhores de engenho,

Sinhá e capataz,

Eu tinha o meu lugar de negro na pele e na escravidão em que eu vivia,

E eu sabia o que fazer,

Mas no coração, não se manda,

Me apaixonei por você...

E quem poderia imaginar que os meu olhares chegariam até você?

Muito menos imaginar,

Que correspondido eu seria.

Você uma sinhá

Linda e deslumbrante, como uma princesa,

Fosse se apaixonar por mim,

Um crioulo da pele negra...

Nos envolvemos,

Deixamos o amor nos dominar,

Com isso veio o inevitável,

Descobriram o nosso amor e vieram me castigar...

A minha penalidade foi a morte.

Levei você comigo,

Não imaginava que o destino iria fazer isso com o meu coração...

Na verdade com nós dois...

Os séculos se passaram,

E estamos em outras vidas,

Outras posições,

Mas a nossa cor de pele não mudou e nem a nossa paixão...

Mas vivo ainda o mesmo preconceito, a mesma prisão,

Por mais que falem que não...

Hoje até que posso ter os seus beijos, minha sinhá,

E o calor do seu abraço...

Só queria que isso fosse de fato enterrado;

Quero viver este amor,

Que atravessou os séculos,

E estou certo de que nesta vida e em outras passadas sempre fomos e seremos em vidas futuras eternos namorados...

Tendo a certeza de que a conscientização da cor da pele Negra nunca terá igualdade para a cor da pele branca mas o amor e a poesia sempre poderão unir os dois sem a dor do preconceito, e carrego com orgulho este amor por você em meu peito...

🖋️ MAlves

Café sem açúcar
Enviado por Café sem açúcar em 28/06/2023
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