NOSSA COR
Nossa história vem de séculos atrás,
No meio de senhores de engenho,
Sinhá e capataz,
Eu tinha o meu lugar de negro na pele e na escravidão em que eu vivia,
E eu sabia o que fazer,
Mas no coração, não se manda,
Me apaixonei por você...
E quem poderia imaginar que os meu olhares chegariam até você?
Muito menos imaginar,
Que correspondido eu seria.
Você uma sinhá
Linda e deslumbrante, como uma princesa,
Fosse se apaixonar por mim,
Um crioulo da pele negra...
Nos envolvemos,
Deixamos o amor nos dominar,
Com isso veio o inevitável,
Descobriram o nosso amor e vieram me castigar...
A minha penalidade foi a morte.
Levei você comigo,
Não imaginava que o destino iria fazer isso com o meu coração...
Na verdade com nós dois...
Os séculos se passaram,
E estamos em outras vidas,
Outras posições,
Mas a nossa cor de pele não mudou e nem a nossa paixão...
Mas vivo ainda o mesmo preconceito, a mesma prisão,
Por mais que falem que não...
Hoje até que posso ter os seus beijos, minha sinhá,
E o calor do seu abraço...
Só queria que isso fosse de fato enterrado;
Quero viver este amor,
Que atravessou os séculos,
E estou certo de que nesta vida e em outras passadas sempre fomos e seremos em vidas futuras eternos namorados...
Tendo a certeza de que a conscientização da cor da pele Negra nunca terá igualdade para a cor da pele branca mas o amor e a poesia sempre poderão unir os dois sem a dor do preconceito, e carrego com orgulho este amor por você em meu peito...
🖋️ MAlves