SANTA INGENUIDADE

Era por volta de um mil novecentos e sessenta e dois, tinha então doze anos.

Naqueles tempos vida era vivida com mais simplicidade e ingenuidade.

Com muito custo conseguira ajuntar vinte cruzeiros, o dinheiro da época, talvez hoje beirasse por volta de cinquenta reais.

Estava eufórico pois para conseguir está quantia saia pelas ruas e terrenos baldios a catar, ossos, vidros, metais, ainda não havia surgida as embalagens de alumínio chamadas de "latinhas" e nem as garrafas pet.

Juntava isso em um canto no quintal de casa próximo as bananeiras.

Quando tinha uma certa quantia ia vender no ferro velho do bairro, não muito distante.

Dessa forma conseguiu seu " patrimonio"

Feliz da vida e conversando com um rapaz já de seus vinte à vinte e cinco anos.

Este vendeu - me sua carteira pelos vinte reais conseguidos com tanto sacrifício.

Orgulhoso de sua aquisição, mas sem dinheiro para por na carteira, quando o pai chegou do trabalho e foi todo sorridente contar a novidade.

É foi neste momento que percebeu sua Santa ingenuidade quando o pai lhe pergunta:

- Para que a carteira se ficou sem dinheiro para por nela?

E para não ficar sem dinheiro algum o pai deu dez cruzeiros e ficou com a carteira.