Querendo entender o outro lado da vida

Procurou nos livros científicos e religiosos. Participou de várias palestras sobre o tema e acrescentava informações de sua imaginação. Coletou opiniões de ébrio, solitários e radicais.

Era um espectador assíduo de todos debates de ideias mesmo que essas eram radicais ao extremo.

Nada o convenceu totalmente.

Pensou que tal vez precisasse olhar com mais “carrinho” nas anotações colhidas.

Abre o livro da vida e vê várias folhas sulfite escritas, todas continham informações dizendo que era assim, assado, porém aquelas teorias não preenchia sua curiosidade.

Andou horas refletindo, passou dias sem conversar com outra pessoa, só alimentava de orações, até se render às provocações que a necessidade de milagres impunha, todas curvadas ao merecimento que não reconhecia ter e percebeu que o seu íntimo não queria a plenitude das respostas, os desejos, dos mais nobres aos criativamente mundanos; propagadores de expectativas que não se importavam em ultrapassar o limite do improvável.

Então entrou numa rota de fuga na sua diversidade e estas nem sempre atraente. Entendeu que precisa preencher o tempo com pessoas com as quais não conseguia se conectar; em planejamentos dos quais não reconhecia os benefícios. Encarar as tarefas para as quais mesmo que não tinha habilidade, mas procurar realizá-la em busca da perfeição.

Notou que onde começava o medo, termina o apego, busca sobreviver aos contentamentos. Também viu que alegria é um ornamento fundamental na vida, que esbarra no corpo da gente e depois escapa, ocupando-nos com o que sobra de quem éramos antes de ela nos atingir.

Buscou em tantos lugares, ideais, rupturas, mas não encontrou o segredo do universo, a fórmula para a paz interior.

Chegou a conclusão que tudo tem um começo, no final, fica no meio de tudo.

Jova
Enviado por Jova em 12/07/2023
Reeditado em 12/07/2023
Código do texto: T7835424
Classificação de conteúdo: seguro