A NAMORADA VIROU ENTEADA

No segundo mês de namoro, ela o convidou para conhecer os pais no almoço de domingo. Encontro delicioso. A mãe dela foi extremamente atenciosa com o rapaz, esbanjando sorrisos e mimos. Engravidou muito cedo, com 17 anos, e ainda conservava a maioria dos encantos da juventude aos 33. Era uma versão da filha um pouco melhor acabada e mais madura. Quando ele voltou pra casa e foi dormir, não teve outros pensamentos, e sonhos, que não fossem com a linda mãe da namorada. Tiveram outros almoços em família, com trocas de olhares mais profundos, insinuantes e discretos de forma que ninguém mais se desse conta disso. A mãe também incluiu outros ingredientes nos seus sonhos e desejos, guardando-os bem guardados para si. Até que teve um domingo em que o pai foi assistir um jogo e a filha única estava no banho quando ele chegou. A mãe o recebeu perfumada, de cabelo solto e um decote bem saliente no vestido. Ao se abraçarem como faziam habitualmente, algo mais aconteceu. Se beijaram e deixaram o instinto voar com desenfreada liberdade. Naqueles minutos se amaram como nunca tinham feito antes na vida. Tiveram o cuidado de se recompor antes que a filha voltasse. O previsível desfecho da história foi a razão dos vários anos de terapia da filha. Já o marido foi embora e nunca mais deu as caras por lá. E ele, de vez em quando, olhava para a enteada com saudade de certas coisas dos tempos passados.
 

Oscar Silbiger
Enviado por Oscar Silbiger em 14/07/2023
Reeditado em 14/07/2023
Código do texto: T7836501
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