ARRANHA-CEU

Maria clara estaciona na garagem, que fica no subsolo do prédio em que mora. Pega o elevador e dirige -se ao vigésimo andar.

Entra feliz em seu lar, enquanto lembra que terminou de pagar a última prestação, desse que foi o seu sonho de consumo, maior aquisição de sua vida, o seu apartamento.

Vai até a sacada e tem a visão esplendorosa da cidade grande. A metropole que recebe as últimas claridades do sol, que cobrem prédios e avenidas.

Avista ao longe a passagem do metrô, nessa hora lotado de passageiros, a maioria certamente cansados de mais um dia de labuta. Na verdade um coletivo cheio de dramas e problemas, mas talvez repleto tambem de sonhos e anseios.

Maria clara continua observando o vai e vem dos carros e dos transeuntes que apressados retornam aos seus lares, enquanto outros iniciarão a longa jornada do trabalho noturno.

Sua observação continua e seus olhos encontram o ápice de tão altas construções, o erguer de torres que sobressaindo-se do cume dos edifícios, parecem querer levar aos céus o desejo de proteção para os moradores, que confinados nos imensos arranha-céus, tecem no silêncio os seus pedidos, os quais esperam arranhem os céus.

CEIÇA
Enviado por CEIÇA em 24/07/2023
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