Companhia desagradável
Meu; só meu.
Tudo; quero tudo.
Absurdo; que absurdo?
Estou querendo o que é meu...
Egoísta é você!!!
Ta pensando que não percebi a sua intenção.
Ra!!! Você não vai me azucrinar agora,
Agora que to quase na boa.
Não; isso não.
Deixa de ser chato, seu chato.
Vê se tu acelera mais e mais
E depois... depois se esborrache por aí.
Faça o que quiser, contigo é claro!
Quanto a mim, me deixa em paz ô rapaz.
Mas que picareta! Ta legal, ta legal
É o que tu queres não é?
Pois bem, vamos botar pra brigar...
Não adianta pular, não adianta estar aqui ou no teto,
Tu prejudicaste o meu afeto.
Ra!!! Estas cansado não é, não da pra fugir amigo...
Ta vendo este copo, foi usado pra me embriagar,
Fiquei até legal, mas você chegou e me usou...
Claro que sem eu perceber!
Eu acho que você usou até do copo, ou não usou?
Você está muito ousado, abusado...
Ta cansado né filhinho!!!
Agora, toma o copo em cima.
Ra, ra, ra, agora eu fui à forra, to sozinho, sozinho,
Eu aqui fora, você aí dentro, agora posso dormir em paz;
Até amanhã companheiro desagradável da noite.
Vicente Freire – 23/11/1983.