O cantinho da saudade
No escurinho do quarto olhos vidrados no vazio pega recordar, as mãos tremulas e as manchas escuras acusam a de generalização do tempo que passou. Uma lista de sonhos a executar naquelas ondas superficial da rica flor da idade. Juntos o labor se fazia cristalino, acompanhado o caminhar era diluído o cansaço evaporava nos poros do amor.
Na terra fértil avermelha empoeirava o primeiro avental na rabeira do fogão a lenha pilotado por sua saudosa mãe, o cheiro da queima do alho e o arroz carreteiro parece real a sua aromatização até hoje. Na certa a curva do destino reservou caprichosamente a clareza mesmo não estando entre nós.
O fruto deu sementes, sua germinação foi abençoada com vigor cresceram como manda o figurino, ao deixar sucessores descansou dessa vida, mas confesso sua ausência faz doer, não vejo meio de preencher a lacuna desse canto perto da janela.
Hoje sente como uma passageira do Titanic que viu seu Jack partir, e a Rose ficou perdida no escurinho desse quarto.