Papai Noel, criador da CPMF

De tanto receber cartas de enfermos brasileiros, Papai Noel decidiu vir ao Brasil e viu os Hospitais Lotados, sem leitos disponíveis, filas enormes, muita gente doente e pouquíssimos remédios, e aí criou a Contribuição sobre Movimentação Financeira, a CMF, cuja contribuição recolheria uma porcentagem sobre a movimentação financeira que seria destinada à saúde. Satisfeito com o feito e crente de que iria resolver muito do problema que observou, Papai Noel partiu para o Pólo Norte.

Anos depois voltou aos hospitais brasileiros e viu que o problema continuava, só que agora em proporções maiores. Intrigado com sua falha, foi conversar com um jornalista amigo seu, o qual lhe disse: - Amigo Papai Noel, a sua contribuição não adiantou de nada por um motivo: Neste país quem tem muito, mais quer ter, e nada quer dividir, sendo assim sua contribuição não "colou" e acabou esquecida, Porém uma idéia eu lhe dou - e puxando o Noel pra perto de sí falou baixinho para que ninguém soubesse que a idéia foi dele: - Porque o Sr. não cria uma contribuição provisória para a saúde, até que o problema se resolva? Quem sabe dê certo. Feliz com a idéia Papai Noel reformulou a contribuição, nascendo assim a Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira, a CPMF. Novamente ele se foi pro Pólo Norte.

Com problemas para resolver em outros países mais necessitados que o nosso, o bom velhinho acabou esquecendo de voltar ao Brasil para averiguar a situação da saúde nacional.

Assim passaram-se vários anos até que Papai Noel lembrou-se de retornar pra cá e ver no que tinha dado a sua criação. E qual não foi a surpresa dele ao ver que todos estavam contribuindo, todos pagando a tal CPMF, mesmo alguns nem sabendo para que pagavam. Porém a sua surpresa não foi maior que a sua decepção ao ver que os hospitais continuavam com o mesmo problema, as mesmas filas de doentes e a mesma falta de medicamentos. Novamente intrigado resolveu procurar o tal amigo jornalista que lhe explicou a situação: - Caro amigo Noel, o Sr. deve saber que aqui no Brasil tudo o que não têm jeito, se dá jeito, de modo que o presidente deste país, contrariado com a sua insistência de criar essa tal contribuição, resolveu dar um jeitinho, e agora desvia o dinheiro pra ele e sua corja, sobrando muito pouco para a saúde. Ah, era demais, Papai Noel não aguentou e soltou um "Páta que Paréo!", voltou ao Pólo Norte para refletir.

Tempos depois ele voltou ao Brasil, final do ano 2007, em sigilo absoluto, infiltrado em Brasília e fez cair a CPMF. Maqueia um novo plano, mas ninguém sabe. Só se sabe que continua lutando pelos doentes brasileiros.

Boa sorte Papai Noel!