Teoria do relacionamento

Em mais uma digressão (ando inspirada), deparei-me com a seguinte questão: “Se os relacionamentos não nasceram para dar certo e que para dar certo há a necessidade de doação, amor, compreensão e empatia de ambas as partes, como saber se um relacionamento vai dar certo ou não antes mesmo de se relacionar?”

Complicado encontrar resposta para essa pergunta, até porque na maioria das vezes o outro somente se mostra depois, como dizia Oscar Wilde: “Acho prejudicial um noivado muito longo pois daria tempo de conhecerem-se”, mas algumas situações podem ser observadas antes de se afogar em um relacionamento.

A finalidade aqui não seria discutir o lado emocional do relacionamento e sim o lado racional, os preceitos normativos que baseiam efetivamente um relacionamento.

Os preceitos de Sexo, Afinidades e Objetivos, seja para si, seja para o casal.

No momento inicial verifica-se o preceito: Sexo.

Se eu inverter as posições me avisem. O sexo nesse sentido é traduzido como sendo o envolvimento carnal entre as partes, a química corporal, o desejo, a reação do corpo no momento do beijo, do toque, da voz, o nível de entrosamento e desejo sexual que envolve o relacionamento. Aqui não se quer traduzir em performance sexual, mas sim em encaixe de corpos e sentidos.

Temos o preceito Afinidades, que pode ser traduzido como sendo a sintonia, atração, simpatia, semelhança, igualdades. É o encontro de identidades semelhantes. Sintonia com as mesmas ideias, gostos e sentimentos característicos da outra pessoa.

O preceito Objetivos, ao meu ver possui maior peso comparado aos outros. Os objetivos significam o fim que se deseja atingir, a meta que se pretende alcançar, tal preceito possui dois tipos de características: intrínsecas e extrínsecas.

As características intrínsecas são, como a palavra expõe, inerentes ao relacionamento, os anseios pessoais para a continuidade da relação, desejo de formar uma família, casamento, filhos ou curtição, desapego. É o envolvimento das partes, o que cada parte está disposta a abrir mão para o relacionamento se manter e perdurar.

As características extrínsecas são os anseios individuais de cada um, carreira, estudos, crescimento pessoal de forma individual.

Conforme dito no início dessa digressão, tal Teoria é uma forma racional de analisar a probabilidade de um relacionamento amoroso dar efetivamente certo. Apenas com a observância de reciprocidade nos preceitos ditos acima que se há a possibilidade de dar certo a relação a dois.

No entanto, todo envolvimento amoroso tem seu lado irracional, que na verdade é o que motiva a inicialização desse, o sentimento, seja ele qual for, é o sentido da relação a dois.

Os preceitos anteriores são importantes para cultivar, preservar e fortalecer o sentimento nutrido entre ambos, sendo este o estandarte da relação, sem ele a referida teoria não teria sentido de existir.

Após analisados os preceitos racionais temos que um relacionamento, como dito em outras digressões, precisa estar envolto a uma engrenagem perfeita, na qual ambos se complementam. Uma peça fora do lugar coloca todo o sistema em ruínas.

A teoria apresentada demonstra o que é preciso para um relacionamento amoroso dar certo, mas o que inicia um relacionamento não pode ser traduzido de forma racional, o ser humano se envolve, se apaixona, se encanta e deseja outro ser por uma única razão: o sentimento em si, despertado pela pessoa.

Somente ocorrendo o despertar do sentimento, do desejo, que se almeja iniciar um relacionamento.