ACREDITE,  ACONTECEU... (BVIW)

 

 

Hoje foi dia de descarregar  nos ouvidos da minha psicóloga aventuras pretéritas,  entre elas uma  que vivi - faz tempo...( kkk  está aqui  perto de mim  Maria Com os olhos arregalados “zoiando” o que eu escrevo, indagando se esta história era verdade ou coisa inventada da minha cabeça)  - Respondi, verdade, Maria e ela: vige Maria como  é que a senhora tão decente, sai por ai andando com uma pessoa que nunca viu em tempo de ser um tarado. Pegou ele no cais, foi? – E eu bem séria, repetindo Copelia, do “Sai de baixo”, respondi: Prefiro não comentar, mas aconteceu e foi assim:

Não. Não havia tranquilidade naquela caminhada, nem em mim e nem tampouco nele, a sensação que eu tinha era de que formávamos um belo par de mudos estranhos, caminhando lado a lado. Sentia as minhas mãos crispadas e um desejo quase incontido de  segurar aquela mão que roçava na minha, mas o dono dela não demonstrava esse mesmo desejo, pelo contrário, era como se pressentisse o meu gesto e o repelisse; pelo  menos era no  que eu acreditava.. Assim caminhávamos: apreensivos e inseguros. Aquele momento  a sós não era nosso, era  roubado, não  pertencíamos um ao outro,   logo logo ele partiria. E eu o que  faria  depois de sua partida? O esqueceria? Afinal, nem nos conhecíamos!  Nunca nos vimos antes! Mas com certeza depois dessa aventura inconsequente, inesperada, se eu seguir os meus impulsos, me tornarei nômade, transformarei a minha vida num barco  e me jogarei mar afora à deriva, sem bússola e nenhum timoneiro. Partirei em busca de  outros mares. Que venham as tempestades, as  calmarias, os  icebergs. Não quero avistar nenhum farol pra me guiar; se o vento e as correntezas me arrastarem, pouco importa  aonde vá  bater com os  costados.

Quanto tempo... Ah, quanto tempo...E ele... Quem era mesmo?

 

 

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 05/09/2023
Reeditado em 05/09/2023
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