O FANATISMO

Francisco de Paula Melo Aguiar

Todo e qualquer fanatismo é cego, insosso, incipiente.

Não importa qual seja o tipo de fanatismo: religioso, político, artístico, pessoal, esportivo, etc.

O fanatismo religioso tem gerado a paz e a guerra de uns contra os outros para defender a fé que entendem como única maneira de salvação.

Na modalidade fanática por um artista, cantor, etc, o participante ou fanático adota até os trejeitos usados pelo seguido.

Nos esportes tem jogadores de futebol que tem fãs que fura as orelhas, faz tatuagem dos idolos no corpo, compra roupas e tudo mais que endeusa os preferidos. E dentro e fora dos estádios de futebol tem acontecido encontros e desencontros com agressões verbais, físicas e mortes.

E na política não é diferente, a começar pelas cores partidárias, objetivos e ideologias que se enfrentam. No campo ideológico é normal.

Faz pouco tempo do triste acontecimento que representa mais que um exemplo prático de fanatismo, a invasão e destruição de partes dos palácios dos três poderes da República em Brasília, como se tais instituições e seus bens móveis e imóveis não pertencessem a todos fanáticos e não fanáticos de quaisquer ideologias.

E assim o fanatismo divide as famílias e as instituições, os poderes da República, as religiosidades e a vida, a honra é boa fama alheia que não é propriedade de ninguém.

Tem por aí família que cada membro pertence a uma igreja, clube, partido político, etc, como ideologia de sobrevivência por ser diferente. E isso é normal, desde que não represente fanatismo.

Uma nação dividida entre dois grupos políticos, representa o cerne da chama do bipartidarismo, linha direta para o fanatismo, onde os seguidores ou fãs, enquanto torcedores, partidarizam tudo, são fakes de um contra o outro, como a luta da religiosidade do bem e do mal, do céu e do inferno, de Deus e do Diabo.

O Brasil não precisa de salvador da Pátria, precisa de trabalho, emprego, renda, segurança, educação, esportes, lazer, habitação, planejamento do presente visando o futuro, extinção da corrupção, etc.

A razão desaparece, enquanto a emoção prevalece com o fanatismo exaltado, medíocre e de muro baixo.

Para se detectar isso na realidade do nacionalismo que temos, basta acessar as redes sociais onde se encontram os textos, emendas, discursos, vídeos, etc, cortados que envolvem imagens e falas de um grupo contra o outro que se defende e acusa mutuamente. Roupa suja se lava em casa. Uma tristeza para não dizer pobreza quando os invisíveis são usados como bala perdida em qualquer comunidade de muro inexistente.

O fanatismo político é tão separatista quanto o religioso, onde o novo "crente" para ser cristão precisa ser batizado em cada religiosidade que aderir.

Enquanto o mundo se envolve com as novas tecnologias fazendo pesquisas científicas e de mercados para produzir bens e serviços que serão vendidos para quem quiser comprar, tem preços e moeda forte, o Brasil destila sua ignorância através do fanatismo político partidário em favor e contra ao governo que saiu e ao governo que chegou. Ambos os dois, bricam com seus seguidores fanáticos como crianças que brincavam com petecas na Era Vargas, onde o ditador era o pai da pobreza e a mãe da riqueza. É fato de que o getulismo, assim como o bolsonarismo e o lulismo, pertencem ao passado eleitoral do voto apurado, a população responsável deve pensar no futuro que a todos pertencem, já que o Brasil não é propriedade da ideologia de ninguém e sim de seu bravo e horado povo.

O que a população ganha com o enfrentamento dos fanáticos do grupo de ontem com o grupo de hoje?

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 11/09/2023
Reeditado em 11/09/2023
Código do texto: T7882832
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