MEUS PEDIDOS A PAPAI NOEL.


É quase Natal! Resolvi, enfim, fazer minha listinha de pedidos ao Papai Noel. Descobri um pouco assustada que os pedidos são muitos, mas não tenho como “enxugar” a lista, todos são urgentes e necessários. O difícil é saber qual deles coloco como prioridade, são tantas coisas a pedir ao bom velhinho que não saberia sequer por onde começar minha lista de pedidos.

Gostaria que ele me trouxesse muita esperança para ser distribuída com as crianças que ainda não a conheceram, àquelas jogadas a própria sorte, sem lar, sem família, que dormem nas ruas e disputam comida com os bichos, que usam jornais como cobertores e o chão frio como abrigo.

Preciso de honestidade, essa precisa vir em grande quantidade, é preciso semeá-la em todos os segmentos sociais, pois enquanto falamos mal de nossos desonestos políticos esquecemos que sonegar impostos, “colar” pela prova do amigo, furar fila, subornar o guarda, “comprar privilégios”, dar e receber falsos atestados, fazer mau uso do poder, entre outros “pequenos delitos” também é desonestidade;

Traga uma grande porção de solidariedade, tolerância, e muita, mas muita vontade de reconstruir nossos valores, traga sem limites, precisamos voltar a acreditar em coisas edificantes, substituir o vale tudo por grandes doses de amor, para que possamos, enfim construir um mundo onde não exista espaço para miséria nem o desamor e onde as pessoas estejam todas incluídas socialmente e com fé no futuro dos Natais que virão depois deste.

Papai Noel, sei que vai ser difícil atender a minha listinha, afinal estou pedindo artigos que estão em extinção e não será fácil consegui-los, ainda por cima demorei demais a fazer minha lista, mas o senhor entende, é que demorei muito a decidir, fiquei muito tempo dividida entre esta lista e uma outra que também queria mandar, nela pedia coisas bem mais fáceis de comprar, como jóias, um carro novo, alguns eletroeletrônicos, o último modelo do celular, alguns cd’s, umas roupinhas e claro, muitos, mas muitos sapatos e bolsas, o senhor entende não é? Mulher é vaidosa, gosta de arrumar-se, ah tinha também umas maquiagens e perfumes, além é claro, do elixir da juventude, pois ninguém é de ferro!

Mas, olhei ao meu redor, lembrei das coisas que aprendi na infância, assisti um pouco de televisão, li os jornais, algumas revistas e percebi que não poderia ser assim tão egoísta, afinal é natal, nessa época do ano nos tornamos mais humanos (?!). Por isso meu bom velhinho, faça um esforço, atenda meus pedidos, prometo que em 2008 pensarei menos em mim e mais na humanidade, comprarei menos sapatos e construirei mais pontes entre meus irmãos necessitados, menos bolsas e mais cestas básicas, visitarei menos barzinhos e mais hospitais, irei menos a shows e mais à casa de Deus, olharei menos o espelho e mais a minha volta, conversarei menos no MSN e mais no real, enviarei menos e-mail e usarei mais a palavra viva. Prometo que estas não serão apenas promessas de fim de ano. Mas preciso que o senhor me ajude. Jesus disse-nos: “Faça a sua parte e eu te ajudarei” é isso que pretendo em 2008. Ajude-me.

Compromisso assumido agora vou esperar Papai Noel, de olhos fechados para sonhar com este mundo novo, mais verde, mais colorido e cheio de esperança, por falar nisso preciso colocar no final da listinha um aviso ao Papai Noel: “traga tudo embalado em material reciclável, pois nosso planeta está agonizando, não tem mais espaço para os lixos que produzimos”.

Agora posso fechar os olhos e dormir. Quando eu acordar, quero ser surpreendida pelo suave perfume da paz nascida em nossos corações, pela melodia do amor que brota em nossos lábios e alegra os lugares por onde passamos, pela luz de um novo tempo que se anuncia em cada um de nós, renovados na fé e no amor solidário.

Não deixe de vir Papai Noel, mesmo que não possa trazer meus pedidos, afinal, tê-lo entre nós, mesmo que em nossos sonhos e fantasias, é sinal de que ainda não perdemos tudo de bom que as nossas almas admiraram um dia, que ainda podemos sonhar com dias menos violentos, menos cinzentos, vidas mais valorizadas. Que ainda nos resta um pouco de humanidade.

Quem sabe assim, no próximo Natal sentiremos mais alegria ao comemorar o aniversário do Menino Jesus do que ao abrir nossos presentes, as ceias natalinas serão realidade em todas as mesas e lares de nosso Brasil, as luzes que iluminam a cidade iluminem também nossos corações e nos faça perceber que Natal não é troca de presente, mas confraternização cristã, festa de amor, momento de refletirmos mais sobre nossas escolhas.


Feliz Natal a todos nós!
Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 22/12/2007
Reeditado em 11/08/2012
Código do texto: T788651
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