O Cachorro Quente Podrão Carioca: Um fenômeno Antropofágico.
O Cachorro Quente Podrão Carioca: Um fenômeno Antropofágico
Como dizia Oswald de Andrade, a influência estrangeira sobre nossa cultura deveria ser devorada e assimilada e assim a cultura brasileira contaria com esses elementos ressurgindo com uma identidade brasileira e não como mero reflexo da estrangeira.
Ora o Cachorro Quente Podrão Carioca, que adoramos tanto, é a tradução desse processo antropofágico. O velho Hot Dog made in USA assimilamos e incrementamos. Antes a salsicha ali sozinha fazendo dupla com o pão ganhou a companhia do queijo parmesão, ervilha, azeitona, passa, milho, ovo de codorna e mais o que a imaginação do carioca permitir. A velha salsicha no máximo é o personagem principal que dá lugar de vez em quando a linguiça de acordo com o gosto do freguês, ou seja, tem que dividir o estrelato. As vezes o pão de cachorro quente dá lugar ao pão francês. Nosso Cachorro Quente não é mais o original USA e sim com identidade tupiniquim carioca.
Uma conhecida foi a Disney e pediu um cachorro quente e recebeu uma salsicha dentro do pão com mostarda e catchup e em um ato reflexo bateu de pronto: “Cadê o resto ?”. Que saudade do podrão, ela não estava no Rio.