TIK TOK

Francisco de Paula Melo Aguiar

A leitura do "TIK TOK", aquela que mostra uma gravura, vídeo, imagem, música, fala, escrita de mensagem do tipo parachoque de caminhão com ou sem foto é semelhante a palhaço de circo, pela alegria instantânea individual protagonizada pelo apelo coletivo via risadas, palmas, gritos, xingamentos, etc.

Isso mesmo, o leitor desse tipo de tecnologia é um "avanço" que aposenta a leitura de livros que tem início, meio e fim, ou seja: introdução, desenvolvimento e conclusão e ou considerações conclusivas e ou finais.

É importante não confundir o "TIK TOK" com o "TIC (ou Tique)" e " TOC"., uma vez que o "TIC"é nervoso e o "TOC" é o transtorno obsessivo compulsivo, ambos tem o caráter repetitivo dos comportamentos e são significativos, porém, diferentes. Por exemplos: o ato de lavar às mãos repetidas vezes sem estar sujas, isso é compulsão característica de pessoa portadora de "TOC". Já no "TIC" ( ou Tique), é a mudança repetina e brusca da rotina associada a condições de ansiedade e stress.

Ambos "TIC" e "TOC" não tem nada haver com o "TIK" e "TOK" da presente crônica em tese referente ao ato de lê e de não ler um romance ou qualquer outro escrito formal ou informal.

E até porque, nenhuma leitura de livros contendo capítulos, etc, por si só não encerra a compreensão positiva e ou negativa da visão de mundo do leitor, uma vez que surgem inúmeras perguntas que ficaram sem respostas, desde o leitor não procure lê outros livros a respeito do tema, assunto, etc, então consultar e ler outras obras ou fontes é preciso, portanto, a curiosidade é a mola propulsora para tudo na vida do ser humano e não vai ser diferente com a escolha do que se quer lê ou não ler.

Claro! Uma leitura puxa outra, é uma viagem que uma vez iniciada, tem o "ponto" de partida, porém, nunca tem o "ponto"de chegada, assim como o leitor tem o direito de lê e de não lê onde e quando quiser, de pular capítulos, páginas de livros, etc.

O leitor é livre e assim deve ser integralmente, inclusive na escolha do que quer lê.

E é isso que está faltando para a sociedade "TIC " e TOK", caracterizada pela leitura instantânea e ou como café solúvel que uma vez dissolvido apenas dá "cor" à água com açúcar e ou com ou sem adoçante, aguado...

O "TIK TOK" é análogo ao relâmpago pré inverno, onde o leitor se sente acolhido sem se "queimar " e ou sem se "molhar", desafiando as máximas; "de quem vai ao sol sabe que vai se queimar" e ou "quem vai para a chuva sabe que vai se molhar".

Assim sendo, sem a leitura e releitura do que já foi lido é impossível a compreensão da versão manipuladora transmissível por autores e atores de seus textos livrescos ou não.

A quem interessa a falta de leitura?

No passado recente ao se chegar em uma casa de gente de porte médio e ou não, se encontrava na sala, por exemplo, uma estante cheia de livros, muitas vezes empoeirados, etc, contendo coleções de diversos autores e quando alguém puxava assunto relacionado aos títulos de tais obras e autores, o proprietário daquele mini biblioteca nada sabia, escorregava mais que sabão em azulejo molhado, apenas dizia batendo ou apontando para a obra referida que era muito "bom" ou "excelente", em muitas vezes o livro nunca tinha sido aberto, porque não tinha sido tirado da caixa de papelão e se tivesse não existia uma só marca dedo sujo e nem suas páginas amassadas por falta de uso, portanto, nunca foi usado para leitura, apenas como instrumento decorativo ou exibicionismo vulgar.

Era a casa de um pseudoleitor do tipo professor que "ensina" sem alegria em sala de aula para motivar o aluno que lhe ouve.

Em síntese, esse é o comportamento de quem não lia antes antes do "TIK TOK" que viraliza à juventude e adultos que não tem tempo para ler nada na atualidade.

FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR
Enviado por FRANCISCO DE PAULA MELO AGUIAR em 22/09/2023
Reeditado em 22/09/2023
Código do texto: T7891322
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