O desbafo do pássaro poeta

Me disseram que um dia foi tudo mata esse rincão do matuto, hoje meio pasto e o resto arbusto de cerrado.

Na cabeceira uma lâmina de água cercada de bancas de areia, segundo meus antecessores era uma das maiores festa de tardinha no grotão . Foi o tempo das frondosas amoreiras, dos pés de laranjas no meio cafezal, dos mamoeiro amarelados que fazia alegrias dos meus irmão sabias. O crepúsculo de uma tarde de verão, um amanhecer de primavera e o cafezal em flor, a chegada dos colonos no serviço a vida era mais simples mais gostosa de se viver.

A revoada pro capão, o esconderijo do gavião malvado e o dribles nos caçadores sem coração.

Porém quando lembro dessa história sinto um nó na garganta, olhos começa marejar tenho até saudade desse tempo que nem era nascido.

Voar é necessário mas pra onde, tudo desmatado sem alimento nem onde buscar, a natureza quer que canto mas como meu som é de choro só de lembrar. Me falaram da tal cidade, mas não sou da turma dos meus amigos pardal ali vou ser zero a esquerda, a cidade não é lugar para pássaro poeta!!!!

Jova
Enviado por Jova em 26/09/2023
Reeditado em 26/09/2023
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