CHAPÉUS

Em tempos d’antanho, era peça indispensável a todo homem, mas com o passar do tempo deixou de ser objeto de desejo e, salvo aqueles que são usados por força do trabalho ou os “acauboizados” cantores sertanejos, os chapéus sumiram das lojas masculinas.

Lembro-me bem do zelo que o meu avô e o meu pai tinham com os seus chapéus das marcas Ramenzoni e Cury “de luxe” imponentes no móvel porta-chapéus com ganchos de metal, espelho e local próprio para os longos guarda-chuvas que já quase não se usam mais, vez que foram substituídos pelos que se dobram em zil pedaços.

Muitas dessas peças eram finamente ornamentadas com penas ou plumas, discretas e em harmonia com as suas cores e, para manter a medida, todos eram barrados com fita de cetim.

Havia oficinas que fabricavam chapéus masculinos sob medida e boutiques que também fabricavam os chapéus para as senhoras usarem em solenidades, casamentos, nas casas de chá do centro comercial ao fim das tardes de compras ou passeios, nos páreos do jóquei para fazer par com o chapéu coco de aba curta ou as cartolas elegantes.

Assim como os gostos, os chapéus tiveram um sem número de variações. O chapéu de Panamá em determinada época invadiu o mercado.

O chapéu feito de palha, couro ou de massa ainda é peça fundamental para os trabalhadores do campo, na lida com o gado ou nas operações das máquinas desprovidas de cabines com ar condicionado.

O mercado de chapéus atualmente está dominado pelos bonés. As lojas de produtos xingling oferecem chapéus de vários modelos, mas a preferência recai nos bonés com variedade para todos os gostos e que são estampados até com sigla de organização criminosa.