O dia da mudança
Na inocência nem imaginava mudar dali, mas ouviu meu pai dizer pra mãe começa arrumar as traias. O cavalo pastoreava no piquete naquele dia fatídico, o titio fiel dormia debaixo da mesa tranquilo mas chegou um caminhão depois do almoço e dois homens carregavam tudo que meu pai tinha amontoado. Brincávamos como se nada estivesse acontecendo, não demorou minha mãe buscou-me e no seu colo fui se afastando da amiguinha e meus brinquedos, quando percebi já estava na cabine do possante. Como algo vivo corria fazendo poeira naquela estrada de terra batida, ainda ouso a batida da velha porteira que não excite mais, já preste a entrar no chão preto onde ouvia dizer que o bicho voava baixo. Apesar do sol ter entrado estava claro nos campos verdejantes daquela vereda e tudo movimentava como se estivéssemos brincando de roda.
Essa são as lembranças das minhas primeiras separações de amor que nem sabia que já existia, aos 15 (Quinze) anos no antigo ginásio conheci uma garota que na infantilidade juramos nunca se separarmos mas foi em vão, um certo dia seu pai anoiteceu e não amanheceu nem sei o porquê! O sofrimento foi grande, sei que ela sofreu também.
O tempo passou novos relacionamentos e o destino me apresentou uma nova companheira, mas nas horas de devaneios os sentimentos traz esse lugar onde fui criado parece que não quer afastar de mim.
Atualmente nesta metrópoles me perco e nem me ajeito andar sozinho, as vezes sonho acordado até escuto minha mãezinha cozinhando, a conversa do velho pai no terreiro tratando das galinhas, o cuco na parede picotando o tempo, mas a canga calejou e a fraqueza severa pressionou nessa cadeira de fio, viajo só no pensamento recriando muitas coisas que a muito já se foi. Mas é assim mesmo tenho que conformar, tudo na vida passa as coisas boas passaram com certeza as ruim iram passar também!!!! Até!!!!!!!