A INCERTEZA DO AMANHÃ

Acordo e vejo o dia cinzento. Onde foi parar o azul do céu? Onde estarão os pássaros que não os escuto a cantar?

A brisa que sopra cheira a fumaça enquanto as flores murcham por falta de ar.

As pessoas andam apressadas pelas ruas, expremem-se em filas intermináveis enquanto os carros engalfinham-se em um trânsito caótico e parado. O tempo parece perdido e não anda.

No meu peito uma dor lancinante e insistente que parece ferir a carne como navalha enquanto caminho perdido em meus pensamentos.

Volto para casa e tudo é sempre o mesmo.

Na parede vejo um quadro inerte e empoeirado com uma imagem passiva que remete a lembrança de tudo que eu queria. Pura utopia.

Como um peixe no silêncio do aquário vou sobrevivendo dia após dia à espera de nem mesmo sei o que virá.

Em cada amanhecer acordo pensando como será o novo dia.

Na rua sigo caminhando com incerteza o mesmo chão em busca de um novo caminho.

Que será de nós? Ou dominamos nossos medos e enfrentamos nossos algozes ou sucumbiremos e teremos que conviver irremediavelmente com nossos fantasmas.

Valdir Barreto Ramos
Enviado por Valdir Barreto Ramos em 13/10/2023
Código do texto: T7907715
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