Vozes dentro de sua cabeça. Você as ouve? De onde vem? Como lidar...

Namastê!

Seja muito bem-vindo!

Seja muito bem-vinda!

Hoje vou falar sobre vozes em nossa cabeça.

E como lidar com isso.

Já te ocorreu que temos um monte de vozes gritando, competindo para serem ouvidas em nossa cabeça?

Às vezes, essas vozes nos tiram o sono.

Às vezes nos estressam.

Muitas vezes nos confundem para tomarmos uma decisão.

Sim, elas gritam dentro de sua cabeça e te confundem!

Pressionam, apressam, enervam, dão medo e insegurança, te culpam, e te cobram.

À priori, não é legal estar com essa batalha em nossa cabeça!

Nos dá ansiedade, na maioria das vezes.

Mas afinal, de onde vêm essas vozes?

Há uma série de estudos e teorias sobre nossa mente, nosso pensamento, seja pela psiquiatria e neurociência, além das várias escolas e vertentes da psicologia e psicanálise!

Mas meu intuito não é complicar, com análises científicas.

Afinal esse não é um trabalho literário acadêmico!

Essa é uma crônica sobre essas vozes, e como silenciá-las!

Isso é o mais importante! Minimizar os efeitos danosos que uma mente “acelerada” e irrequieta pode nos causar.

Então aqui usarei nomes e uma visão “lúdica” para identificar essas vozes.

Para explicar a atuação delas em nós.

Eu diria, que para mim existem quatro vozes ao todo, que atuam sobre nós.

Destas, há três vozes que gritam, vociferam e disputam sua atenção!

Te embaralham!

A mente, o ego e sua criança interior.

Que querem a todo custo que você se porte do jeito dela.

Vou falar de uma forma bem simples sobre essas vozes. Sem muito me aprofundar no estudo.

Afinal, como já disse aqui, o cerne do meu tema, o que me motivou a escrever é como lidar com essas vozes.

Uma delas, eu chamo de “Voz da Mente”.

Ela é quase soberana diante das outras.

Ela tem uma força enorme nas nossas decisões diárias, das mais simples, até as mais complexas.

Sim, influencia muito nas nossas escolhas.

Ela é totalmente racional. Sem emoções!

Ela lidera a parte racional da nossa vida, como a ciência, a matemática, etc.

Ela é pragmática.

Essa mente é alimentada por todo nosso aprendizado em vida. De todo tipo! Tudo que nossos pais nos ensinaram, o que a escola ensinou, mais todas as crenças possíveis de todos os seres humanos que lidamos ou conhecemos ou interagimos.

E acreditamos, aceitamos como verdade.

A religião, os vizinhos, o bairro, a escola, a família... todas as ideias deles estão aí na sua mente! Brigando para ser a certa, a correta... a que te auxilia (leia “determina”) a fazer suas escolhas com base nesses parâmetros.

Não deixa de ser uma parte importante de nossa vida, de nosso pensamento! Sem dúvida!

Mas por si só, não faz as melhores escolhas!

Essa “voz da mente” se choca muito com outra voz. A voz da criança interior.

Essa “criança interior” que temos dentro de nós é muito importante.

Uma das seguidoras mais importantes de Freud, a Melanie Klein, tem um estudo que já começa a analisar a criança (e a consequente formação da personalidade) desde o nascimento, desde que entra em contato com a mãe a partir da amamentação.

É nessa criança, que não tendo satisfeito suas necessidades, se torna carente e insegura. Pois ali, além das necessidades físicas biológicas, surgem a necessidade do afeto, do amor, do toque, do carinho, da atenção, da alegria, da brincadeira, da fantasia (inclusive sexual), etc.

Se essa criança cresceu sem trabalhar, entender e acolher suas carências, pode inclusive desenvolver vícios diversos (mecanismos de suprir suas carências), irritabilidade, inconstância, egocentrismo (um pouco mais latente e infantil do que no ego, outra voz dentro de nós).

Então até agora, temos duas vozes gritando, batalhando por espaço: a mente e a criança interior!

A mente tagarelando sem parar, para te manter ocupado. E a criança interior que procura proteção, validação e amor!

As duas brigando para que suas visões sejam preponderantes na sua vida.

Tem uma terceira voz: a do Ego.

Que entra forte na briga.

Afinal essa voz, vive querendo se afirmar.

É importante salientar que eu fiz aqui uma divisão didática, mas as três vozes têm elementos parecidos entre si (proveniente de sua formação, aprendizado e experiências).

E essas vozes são indisciplinadas!

Precisam ser acalmadas. Precisamos dominá-las. Senão elas nos dominam.

A voz do ego, tem um componente forte, a de proteção a nós mesmos!

E a de prestigiar também a nós mesmos!

Veja, essas vozes não são exatamente ruins!

Tem seu lado positivo e seu lado negativo!

Por isso precisamos aprender a lidar com elas.

Afinal de contas, como entender, acolher e lidar com essas vozes?

Elas querem definitivamente nosso bem. Mas nem sempre de uma forma humanista ou fraternal. Ela pode te induzir a pensar somente em você e nas suas necessidades.

Essas vozes inclusive são muito ativas e presentes nos casos de hiperatividade, TDAH, etc. e a consequente perda de foco, dificuldade de concentração, influi na memória, etc.

Resultado de uma mente em turbilhão.

Acontece que existe uma quarta voz.

Se prestar bem atenção, há mesmo uma outra voz!

Nesse “balaio de gato” que fica nossa cabeça por vezes, pode surgir uma voz doce, leve, serena... sutil!

Que normalmente diante do barulho das outras vozes, ela pode passar despercebida.

Daí a necessidade de um trabalho, de conexão com essa voz!

Precisamos buscar conhecer e ouvir essa voz.

Porque ela meio que fica quietinha.

Esperando.

Não entra na briga!

Mas ela está avidamente esperando você ouvi-la!

Se prestar ainda mais atenção, ela vibra no seu peito!

Como se viesse do coração!

E vem!

Essa é uma das formas de identificação dela, sentir no coração!

Essa é a voz da alma!

Cuja sede é o coração. Onde reluzem nossas emoções e sentimentos!

E se nos colocarmos em estado de paz, de prece, de meditação... poderemos ouvir essa voz sábia!

Essa voz também é conhecida como intuição, eu inferior (que se conecta com o Eu Superior), Mestre Interior ou Mestre Interno, etc.!

É na paz e serenidade que irá encontrar essa voz!

Que poderá ouvi-la!

E se beneficiar de sua sabedoria!

Seja o caminho que escolher, a tradição ou escola (filosófica, mental ou espiritual) cada um a seu tempo pode se assim desejar, entrar em contato com essa voz, essa sabedoria!

Uns preferem ouvir o ego, querendo ser superior a todos, com sua arrogância diminuindo a todos para se sentir melhor! E isso causa intolerância, agressividade e separação! Causa conflito. Guerra.

Pode ouvir a mente acelerada, analítica, científica, cobradora, exigente, cheia de ansiedade e perfeccionista... e entrar numa depressão profunda por não encontrar nem caminho e nem saída para sua vida ouvindo essa voz!

Não encontrará sentido e nem significado da vida ouvindo a mente!

Pode ouvir sua criança interior: mimada, sofrida... e imatura! Que está cheia de mágoas, que faz birra! Que quer ter tudo! Comer tudo! Que desenvolve compulsão para saciar o vazio da sua existência! Esse buraco dentro de si, essa carência.

A criança interior não assume responsabilidade!

Tudo é culpa dos outros, não dela!

Ela fica estagnada se sentindo vítima!

E por isso, não toma posse de sua vida!

Quer ouvir essas vozes? Do ego, da mente ou da criança interior?

É sua escolha!

Seu livre arbítrio!

E suas consequências!

Cada escolha, uma renúncia!

Agora, se você cansou de sofrer...

De ter ansiedade...

E quer se tornar leve, bem humorado, pleno, empoderado, tomando posse de sua vida e descobrir finalmente um sentido para sua existência, descobrir uma missão, descobrir seus verdadeiros gostos, dons e potencialidades... deverá ouvir a sua voz interior!

Entre em contato com ela!

Ouça essa voz!

É um exercício!

Um treinamento!

Requer prática!

Mas não é impossível!

Há alguns caminhos que podem ajudar a encontrar essa conexão contigo mesmo:

- terapia(desde a tradicional e ortodoxa psicologia como as chamadas terapias alternativas ou místicas ou espirituais);

- análise(com um psicanalista); e

- meditação (há várias modalidades e técnicas) mas todas ajudam a proporcionar paz, relaxamento e harmonia.

As técnicas ou caminhos propostos ajudam a silenciar tantas vozes loucas na nossa cabeça (do ego, mente e criança).

Ou ajuda a não prestarmos mais atenção nelas. E aí nesse estado, ouvirá essa voz doce, sábia, acolhedora do seu eu interior!

A voz da sua alma!

A sua verdade plena!

Sem máscaras!

Seus reais desejos!

E suas respostas!

Para que serve o autoconhecimento?

Para que serve a meditação?

Para que serve a conexão com a espiritualidade?

Simples, para você ter condições de ouvir a melhor voz dentro de você!

E te ajudar a decidir, a fazer melhores escolhas!

As escolhas que seu coração e sua alma preferem que você as faça!

Encerro aqui, mesmo sabendo e tendo a plena certeza que o assunto não se esgota.

Desejando que você se coloque em paz.

Esse estado necessário em nossa vida!

Que busque se encontrar, se achar, se conhecer ou reconhecer, através do contato com a voz da alma! A voz da sua alma!

Por onde Deus, O Universo, Os Mestres, Os Anjos, etc. entram em contato contigo!

Fazendo aquela conexão perdida.

Aquele “religare” que Jung (famoso discípulo de Freud) se referia a toda humanidade, a necessidade de se conectar com o “sagrado”.

Os caminhos são muitos, muitas escolas, muitas terapias ou técnicas de relaxamento e meditação!

Espero que escolha uma!

Que te faça serenar essa mente doida, desgovernada que não para quieta!

Você tem o poder!

Se não conseguir sozinho, peça ajuda!

Busque o caminho do autoconhecimento!

Um caminho de maturidade, serenidade, evolução...

E paz!

Paz Profunda!

Namastê!

Veeresh Prem Das - Mauricio Franchi