Escrever sem a obrigação de agradar a quem quer que seja

Nem todos podem agradar dos nossos textos. Mesmo assim devemos continuar escrevendo. Eu, por exemplo, hoje escrevo para mim mesma. Escrevo para recordar minhas memórias entre outros motivos. Há tantos fatos na nossa memória que parecem esquecidos, porém quando começamos escrever sobre eles, parecem que estamos vendo tudo que nos aconteceu nos mínimos detalhes. Isso acontece quando escrevemos. Descobri isso, faz algum tempo ao escrever sobre uma brincadeira que fizemos com nossa professora no cursinho preparatório para o curso de Letras. Ela era uma excelente professora de Português. Ela nos comunicou que não poderia continuar sendo nossa professora, por que ela ganhou uma bolsa para estudar Francês e ela iria viajar para França para fazer seu curso.

Sendo assim, um colega nosso resolveu fazer uma brincadeira com ela. Essa brincadeira tem o nome de Berlinda. Já brinquei muito de Berlinda na minha infância.

Ele pediu a professora para sair da sala e só voltasse quando fosse chamada para participar da brincadeira.

Em seguida, ele pegou o seu caderno e chegou para cada aluno da classe e fez a pergunta: Por que a professora vai para a França?

Cada um respondia coisas que não tinha nada a ver com seus estudos. Por exemplo, um disse assim:"para ver se os franceses beijam melhor do que os brasileiro." E assim, como ele, cada um dizia um disparate. Na minha vez eu disse" Ela só vai lá por que ganhou uma bolsa de estudo."

Depois ele chamou a professora e leu as respostas dos colegas. A professora e todos riram muito. Na hora que ele foi ler minha resposta ele disse: "essa não tem graça". Ao escrever essa brincadeira me lembrei muito sobre meus colegas daquela classe. Que lembrança feliz!

Atiz